O sistema atualmente é utilizado somente para identificar sons de baleias e evitar que elas entrem em colisão com navios no Mar Mediterrâneo. O desafio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco (Secti) é desenvolver uma pesquisa para reconhecer e isolar os sinais emitidos exclusivamente por tubarões, sejam sons ou movimentos. “Estamos ainda na primeira fase, conhecendo a tecnologia da Chrisar. Vamos envolver pesquisadores para criar uma tecnologia que identifique os sinais dos tubarões”, explicou Alexandre Stamford, diretor de Inovação da Secti.
Segundo ele, após comprovar a possibilidade do produto, biólogos marinhos vão encontrar as melhores maneiras de afastar os animais, através de sons e cheiros que os levem ao caminho contrário das praias. Para desenvolver a primeira fase do estudo, os pesquisadores da Secti trabalharão em parceria com a Chrisar, e buscarão um investimento de R$ 3 milhões, com financiamento junto ao BNDES, Finep e Facepe. “Nossa intenção é fazer um projeto piloto em Boa Viagem”, disse Alexandre Stamford.
Pernambuco é um dos estados com maior ocorrência de ataques de tubarão do Brasil. Desde 1992 já foram registrados 61 ataques, com 24 vítimas fatais. Só na praia de Boa Viagem, foram registrados 27 ataques, e já é o maior número de ocorrências em toda a América do Sul. Apesar da proibição de atividades esportivas em uma faixa de 32 quilômetros de praia, que vai desde a praia de Bairro Novo, em Olinda, até a praia de Itapoama, no Cabo de Santo Agostinho, os surfistas ainda são as vítimas mais frequentes dos ataques.
O último ataque registrado no estado ocorreu em dezembro de 2015, no arquipélago de Fernando de Noronha. O paranaense Márcio de Castro Palma, 33 anos, realizava um mergulho na baía do Sueste quando foi atacado por um tubarão-lixa, perdendo a mão e parte do braço direito. Na RMR, o último caso ocorreu em março de 2015, na praia Del Chifre, em Olinda, deixando ferido o surfista Diego Mota, 23.
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