BRASIL

Empresário ligado a ex-assessor de Lira admite pagamentos em caso dos kits de robótica

Empresário Pedro Magno Salomão Dias admitiu à PF sua função como operador financeiro de Luciano Cavalcante, ex-assessor parlamentar do presidente da Câmara

247 – O empresário Pedro Magno Salomão Dias se tornou uma peça central nas investigações da Polícia Federal (PF) que apuram irregularidades em contratos para a aquisição de kits de robótica em 42 municípios de Alagoas. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, sob custódia policial no âmbito da Operação Hefesto, Magno prestou depoimento e admitiu sua função como operador financeiro de Luciano Cavalcante, ex-assessor parlamentar do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O advogado de Luciano Cavalcante, André Callegari, afirma que seu cliente tinha apenas um conhecimento superficial sobre Pedro Magno.

Diante das autoridades, Magno descreveu como recebia uma “comissão”, variando de 5% a 7%, por disponibilizar contas pertencentes a três empresas registradas em seu nome para a realização de transações financeiras. Segundo sua versão, essas contas recebiam transferências de outros CNPJs e os valores eram posteriormente utilizados para pagar diversas contas, como despesas de condomínio, cartão de crédito e parcelas de veículos, além de saques em dinheiro. Ele alegou que todas essas operações eram coordenadas através de mensagens de WhatsApp com Luciano Cavalcante.

“O Luciano me pedia para pagar contas e eram contas diversas. Eram PIXs para pessoas que eu não tenho ideia. Eu, na minha cabeça, o meu alvo era: ‘pô, vou me tornar um banco’. Um banco é exagero, mas vou me tornar um agente financeiro de pessoas ricas. Era o que eu queria e eu obedecia”, disse salomão de acordo com a reportagem. “O conhecimento que eu tinha era esse: que ele (Luciano) era um cara que prestava serviços e não queria pagar (imposto), usar o CNPJ dele”< completou.

Magno afirmou que, quando se tratava de entregas em dinheiro vivo, o intermediário era um motorista chamado Wanderson Ribeiro Josino de Jesus, identificado nas planilhas de contabilidade paralela como 'W'. Durante buscas realizadas em um endereço relacionado ao motorista, a PF apreendeu um caderno de contabilidade de capa dura azul, que aparentemente continha anotações de valores em dinheiro e nomes, incluindo o nome de Arthur Lira.

As suspeitas de envolvimento do presidente da Câmara nos desvios levaram o juiz Roney Raimundo Leão Otílio, da 2.ª Vara Federal de Alagoas, a transferir o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), que tem jurisdição para investigar autoridades com foro privilegiado na Corte.

Posteriormente, o ministro Gilmar Mendes, do STF, anulou as provas do caso, argumentando que a investigação não deveria ter começado na primeira instância, uma vez que foi baseada em reportagens que mencionavam Arthur Lira. O ministro considerou que já era evidente que o caso deveria ser conduzido pelo STF.
Quando as suspeitas vieram a público, Arthur Lira afirmou que todas as suas movimentações financeiras tinham origem em seus ganhos como agropecuarista e na remuneração como deputado federal. Após a anulação das provas pelo STF, ele reforçou sua posição, alegando que a investigação tinha como único objetivo atingi-lo.


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