CEARÁ

Empresas trabalham para evitar desastres ambientais no estado

O Ceará tem empresas que lidam com grandes riscos de tragédias ambientais. Seja a explosão de um parque de tancagem ou o derramamento de material químico que venha a afetar ecossistemas e a população. E para atuar no combate a uma catástrofe, caso venha a ocorrer, Estado e empresas têm de estar totalmente preparados.

Das atividades de maior riscos no Estado, estão transporte de graneis líquidos e o estoque de combustíveis. O temor é quanto à ocorrência de explosões e incêndios. Já na fabricação de produtos químicos, o temor é de um acidente que possa espalhar gases com o vento, atingindo, principalmente, os primeiros dois quilômetros de raio ao redor da unidade de produção. Moacyr Duarte, pesquisador sênior do Grupo de Análise de Risco Tecnológico e Ambiental da Coppe/UFRJ, ainda acrescenta que postos de combustíveis que trabalham com abastecimento a gás têm risco de explosão. “Em geral os postos são seguros, pois o combustível fica armazenado no subsolo. O maior risco é ambiental, de contaminar lençol freático”, diz.

Mas antes que qualquer atividade de risco seja exercida no Estado, são necessários estudos prévios para atestar sua segurança. Uma vez em funcionamento, todas as empresas, potenciais poluidoras, obrigatoriamente, têm que ter plano de emergência para remediação em caso de acidente, que devem estar de acordo com os parâmetros do órgão ambiental dos estados. Era esse o tipo de plano que a mineradora Samarco tinha, mas não funcionou no caso da catástrofe no município de Mariana (MG), em que duas barragens com 62 milhões de metros cúbicos de água com rejeitos de minério de ferro da empresa se romperam.

 

No Ceará

Acidente de tamanhas proporções ainda não ocorreu no Ceará. Mas dentre as atividades exercidas de grande risco, as petrolíferas são as de maior potencial para tragédias, pois há atividade que envolve a ancoragem de navios com volumes de óleo que podem chegar a 10 mil toneladas. Tanto o porto do Mucuripe como do Pecém concentram atividades do tipo. No Mucuripe, o risco é ainda maior por conta da alta densidade populacional do entorno.

“O perigoso lá não é somente no caso de derramamento de produtos, mas também há risco de possíveis explosões e incêndios, por conta do tipo de material inflamável (gás de cozinha e combustíveis) e em grande quantidade que são movimentados nesses espaços”, analisa o coronel Ricardo Rodrigues, chefe da assessoria de comunicação e imprensa do Corpo de Bombeiros do Ceará.

Ele diz que as causas de acidentes são as mais variadas, mas acontecem principalmente na hora de fazer o transporte dos produtos, pois possuem alta volatilidade. “Tem que ter constante atenção com os cilindros de contenção e no manuseio de determinados equipamentos de solda. Mas, em suma, os acidentes acontecem ou por falhas de ordem manual, do homem, ou pode ser intencional, doloso”, detalha.

Moacyr Duarte avalia que como o Ceará não tem indústria de mineração nem muitas indústrias químicas, os riscos não são tão grandes como os de Minas Gerais. “No caso do Porto, exige-se o conhecimento das correntes marítimas e o monitoramento delas para saber para onde a substância que foi derramada no mar está indo e que raio ela vai afetar”. No caso de vazamento de produto gasoso tóxico, em indústria química, o estudo do vento é necessário. 

Beatriz Cavalcante
O Povo


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