BRASIL

Entenda como inauguração da Chesf mudou cenário econômico do Nordeste

"Delmiro deu a ideia

Apolônio aproveitou
Getúlio fez o decreto
E Dutra realizou
O presidente Café
A usina inaugurou
E graças a esse feito
De homens que tem valor
Meu Paulo Afonso foi
Sonho
Que já se concretizou”

Luiz Gonzaga
Trecho da música Paulo Afonso

 

Pedro Callado e Luan Matias

Até hoje o Nordeste vive o estigma de ser uma região menos desenvolvida economicamente do que o centro-sul do país. Esse tópico inclusive foi explorado na edição passada da Revista NORDESTE, que destacou a pequena parcela de 14% que a região tem na participação do Produto Interno Bruto nacional. Mas essa realidade já foi muito pior. Até a metade do século passado índices de analfabetismo e mortalidade infantil eram assustadores e consideravelmente maiores do que no restante do Brasil. E foi assim durante muito tempo, até que na metade do século 20 houve uma reação socioeconômica impulsionada por algumas iniciativas, a exemplo da construção da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco, a Chesf.


Luiz Ataíde, um aposentado e ex-funcionário da companhia, conversou com a NORDESTE e contou um pouco da história da empresa e de como ela surgiu. “Getúlio Vargas gostava muito do Nordeste e chamou Luiz Gonzaga para tocar em uma festa junina no sítio dele. Os deputados diziam para Getúlio que no Nordeste tava tudo bem, mas o Gonzagão contou como era de verdade. Era candieiro e lamparina mesmo. Para mover grandes máquinas, em construções por exemplo, era movida pela casa de força, era movido a lenha. Era assim nas grandes cidades também. No Nordeste todinho. Então foi Luiz Gonzaga que pediu para o presidente Getúlio para construir a hidroelétrica de Paulo Afonso”, disse.


Após visitar o Nordeste, Getúlio assinou em 1945 o decreto de Lei inaugurando a Chesf, com sede administrativa na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Mais tarde, em 1975, a sede seria transferida para o Recife. A obra foi realizada durante o Governo Dutra e depois, já em 1955, na gestão de Café Filho, foi inaugurada a primeira grande usina construída pelo governo brasileiro, a Hidrelétrica de Paulo Afonso, administrada pela Chesf e que substitui as termoelétricas que forneciam energia ao Nordeste. Paulo Afonso hoje é um Complexo formado por quatro usinas que juntas fornecem 4.279,6 megawatts de energia.
Atualmente a Chesf é a maior geradora de energia elétrica do Brasil. Atende oito estados no Nordeste, apenas o estado do Maranhão recebe energia de outras fontes. A maior das usinas da companhia é a hidroelétrica do Xingó, que fica localizada na divisa de Alagoas e Sergipe. A estrutura é considerada uma das mais modernas do país e a usina é responsável por 25% da energia consumida em toda a região do Nordeste, isso sem deixar de obedecer as normas que garantem a redução do impacto ambiental.


Responsabilidade Social
A Chesf faz mais do que transmitir energia elétrica para as casas e empresas da maior parte do Nordeste. A companhia é sintonizada com o rumo social e econômico do Governo e, portanto, atua na região como um vetor de desenvolvimento sócio-econômico e cultural. É um objetivo da empresa permitir a melhoria da qualidade de vida da sociedade, ajudando no crescimento da região e também do país.


A Chesf tem uma responsabilidade social com a sociedade, em especial às comunidades e cidades que vivem nos arredores das usinas, subestações, linhas de transmissões e instalações. A empresa tem diversos programas, como pesquisa científica e tecnológica, educação, saúde, meio ambiente, cultural e incentivo ao desenvolvimento sustentável.


Em 2014, por exemplo, foram R$ 32,9 milhões de investimento para esse tipo de iniciativa. Em uma parceria exclusiva com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (embrapa), a Chesf vêm trazendo considerável melhora na qualidade de vida das comunidades beneficiadas com dois grandes projetos.


Os programas são executados no entorno das usinas Lago de Sobradinho e Boa Esperança. Na primeira, é promovido o repasse de conhecimento e de tecnolofia que ajudam os produtores agropecuários e pescadores que moram no entorno da barragem a lidar com a seca. Já na usina Boa Esperança, o programa oferece tecnologias alternativas que ajudam a promover o desenvolvimento sustentável das comunidades rurais situadas no entorno.


Cada um dos programas envolve colaboradores junto às comunidades onde está inserida cada instalação da Chesf. Trabalhando perto das pessoas e transmitindo conhecimento, a empresa proporciona um fortalecimento da cidadania.


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