BRASIL

Entidades divergem sobre início de governo

Apesar de admitirem que, pouco mais de 20 dias depois, ainda é cedo para avaliação mais criteriosa, lideranças sociais procuradas pelo O POVO divergem sobre os caminhos apontados neste início do governo Camilo Santana (PT).
“Estamos vendo com bons olhos as nomeações no primeiro escalão”, afirma Francisco Pereira, vice-presidente da CUT-Ceará, que destaca o que parece ser uma maior disposição para o diálogo, em comparação com seu antecessor, o agora ministro da Educação Cid Gomes (Pros). Entretanto, acrescenta Pereira, apenas diálogo não basta. “É preciso resultados.”

Interpretação semelhante faz Davi Barros, do Instituto da Juventude Contemporânea (IJC). De acordo com ele, o governador “tem apresentado perspectivas de inovação” e de “mais diálogo com a sociedade”. A resolução da greve das universidades estaduais é um exemplo, cita. Outro é a tentativa de distender as relações com a Polícia Militar, origem de alguns dos maiores problemas de Cid.


Pé atrás

Mais cauteloso está o presidente do Sindicato dos Docentes das Instituições Estaduais de Ensino Superior do Ceará (Sinduece), Célio Coutinho, para quem um governo de continuidade e “o seu secretariado (de Camilo) mostram isto”: melhora no diálogo.

Mesmo admitindo que o início do governo Camilo avançou nas negociações em relação ao final do governo Cid, ele afirma que também havia esse nível de conversa no início da gestão anterior. “A proposta foi esfriando e praticamente ele (Cid) não queria mais avançar com a estruturação da carreira”, relembra o sindicalista.


Para Coutinho, se Camilo “quiser mudar essa história, vai precisar ter um projeto ousado”.


Zé Batista, dirigente da CSP-Conlutas, é mais crítico. Segundo Batista, o diálogo proposto pelo governador é “enrolação”.

Ele assegura que Cid também recebeu as lideranças sindicais, “mas o que vimos nos oito anos de governo foi só enrolação dos movimentos sociais”.

Batista acredita que Camilo estabeleceu uma mesa de negociação com professores da Uece por causa da “força da greve”. E aconselha os movimentos sociais a “não baixar a guarda”.

 

NÚMEROS

 

112

foram os dias que durou a última greve das universidades

 

(D'O Povo)
 


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