BRASIL

Espanha e Brasil mais próximas após visita do presidente Pedro Sánchez

Por Redação RNE

 

 

Em encontro com o presidente da Espanha, Pedro Sánchez, no Palácio do Planalto, na manhã desta quarta-feira (6), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a reafirmar as fortes alianças entre o Brasil e a Espanha.

 

Durante a visita, os dois líderes trataram da relação bilateral e de temas como o acordo entre Mercosul e União Europeia, comércio e investimentos, reforma da governança de instituições multilaterais e outras questões globais.

 

Os dois líderes estão alinhados para que avancem as negociações do acordo entre Mercosul e União Europeia (UE). Segundo Sánchez, a Espanha não é problema para a conclusão do acordo, que espera ser colocado em breve em vigor. Para ele, após a guerra na Ucrânia, que impactou, entre outros, o fornecimento de energia na Europa, os países do continente aprenderam a lição de que é preciso diversificar e encontrar novas parcerias comerciais.

 

“Quero agradecer ao presidente Lula pela liderança em avançar nesse acordo. É uma iniciativa que reforça nossos vínculos comerciais e de investimento e contribui com benefícios sociais e de meio ambiente. América Latina e União Europeia são aliados naturais”, disse Sánchez, ressaltando ainda a visão comum de Brasil e Espanha na defesa de temas como justiça social, transição verde e justa e a cooperação internacional com um sistema financeiro reformado.

 

Por sua vez, Lula ressaltou que uma das travas para a finalização do acordo Mercosul-UE vem da França, que é protecionista em termos de interesses agrícolas. “Não é mais questão de querer, ou de gostar, nós precisamos, politicamente, economicamente e geograficamente, de fazer esse acordo e dar sinal para o mundo de que precisamos andar para a frente”, afirmou Lula.

 

Em Declaração à imprensa, presidente Lula enalteceu a grande afinidade entre os dois governos. “Espanha e Brasil são duas grandes democracias que enfrentam o extremismo, a negação da política e o discurso de ódio, alimentados por notícias falsas”.

 

União para enfrentar a extrema direita

 

“Nossa experiência no enfrentamento da extrema direita, que atua coordenada internacionalmente, nos ensina que é preciso unir todos os democratas. Não se pode transigir com o totalitarismo nem se deixar paralisar pela perplexidade e pela incerteza ante a essas ameaças”, disse o presidente do Brasil.

 

E continuou a declaração com foco na democracia inclusiva. “A defesa da democracia está inevitavelmente ligada à luta contra todas as formas de exclusão. Brasil e Espanha têm registrado episódios de racismo, de discriminação racial e de xenofobia, inclusive na área de esportes de grande público”.

 

O presidente Lula defendeu que só um projeto social inclusivo permitirá “erigir sociedades prósperas, livres, democráticas e soberanas.

 

Parcerias

 

A Espanha é o segundo país de origem de investimento direto estrangeiro, com empresas consolidadas e um montante de cerca de 60 bilhões de dólares.

 

Na ocasião, o presidente Lula apresentou ao chefe do Governo espanhol oportunidades nas áreas de infraestrutura e sustentabilidade com o novo Programa de Aceleração do Crescmento e com o Programa de Neoindustrialização.

 

“Nossos países avançam a passos largos na área de energias renováveis, um campo de cooperação que muito nos interessa. O potencial do Brasil é ilimitado para a geração da eletricidade a partir de fontes limpas como biocombustíveis, eólicas, solar e hidrogênio verde”, disse Lula.

 

“O Brasil é um destino muito atrativo para as empresas espanholas, especialmente as que tratam de transição energética e também mitigação e enfrentamento às mudanças climáticas”, disse Sánchez, lembrando de ações do Estado brasileiro para a estabilidade política e econômica, como a aprovação do arcabouço fiscal e da reforma tributária.

 

Economia

 

O presidente Lula também fez referência em sua declaração ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023.

 

“No ano passado, a a economia brasileira cresceu 2,9%, acima das projeções do FMI. Esse resultado traz confiança de que o Brasil é uma opção segura para os investidores. Os atuais 12 bilhões de dólares de intercâmbio comercial são um exemplo disso. Vamos continuar buscando incrementar e diversificar nossas trocas”.

 

 


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