BRASIL

Estado islâmico usa app Telegram para recrutar simpatizantes no Brasil

Um grupo que tem usado o aplicativo de mensagens Telegram para trocar informações sobre o Estado Islâmico em português está sob monitoramento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A conversa, intitulada “Nashir Português”, faz referência à Nashir News Agency, agência de notícias do grupo terrorista.

A nova frente de ação preocupa a Abin, que monitora atividades suspeitas às vésperas da Olimpíada no Rio. "Essa nova forma de difusão de informações voltadas à doutrinação extremista, direcionada ao público que fala português, amplia a complexidade do trabalho de enfrentamento ao terrorismo e representa facilidade adicional à radicalização de cidadãos brasileiros", informou.

De acordo com a agência de monitoramento SITE Intelligence Group, o “Nashir Português” foi criado em 29 de maio após internautas de língua portuguesa começarem a demonstrar interesse em mensagens traduzidas do Estado Islâmico. As primeiras mensagens do grupo incluem um discurso de um dos líderes do Estado Islâmico, Abu Muhammad al-Adnani, e outros materiais já traduzidos em outros idiomas.

"As organizações terroristas têm empregado ferramentas modernas de comunicação para ampliar o alcance de suas mensagens de radicalização direcionada, em especial, ao público jovem", reiterou a Abin, mostrando preocupação com a difusão das mensagens nas redes sociais.

A atividade do grupo sustenta o alerta feito pela agência brasileira em abril, apontando ameaças para os Jogos Olímpicos. "Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse país de merda", afirmou um terrorista de 22 anos do Estado Islâmico que decapitava sírios em vídeos.

Lobos Solitários

Os ataques dos chamados “lobos solitários” – pessoas que praticam ataques sozinhas, como o atirador Omar Matten que matou 49 em uma boate em Orlando, no último domingo (12) – são a maior preocupação da agência para a Olimpíada no Rio de Janeiro. Dez delegações, entre elas dos Estados Unidos e Canadá, são classificadas pela agência com nível “muito alto” para ataques.

O monitoramento das redes sociais é uma das atividades da Abin para combater o terrorismo. Por razões de segurança, a agência não divulga o número de pessoas que se dizem autoproclamadas e que são monitoradas.

  iG


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