PERNAMBUCO

Falta de medicamentos na Farmácia do Estado castiga diabéticos

Pacientes que dependem de medicamentos fornecidos pela Farmácia do Estado, seus amigos e familiares protestaram na manhã desta quarta-feira, em frente ao Palácio do Campo das Princesas, sede do governo do estado. Com cartazes e apitos, eles denunciam a falta de drogas para o controle da diabetes. São mais de 2,5 mil pessoas que precisam dos remédios em Pernambuco.

"Nós, diabéticos, estamos morrendo um pouco a cada dia. É um direito nosso receber mensalmente as insulinas e insumos, mas o Governo de Pernambuco não está cumprindo a Lei Federal 11.347/2006, que dispõe sobre a distribuição gratuita de medicamentos e materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar aos portadores de diabetes", explica o texto postado no grupo "Não queremos tratar as sequelas. Queremos evitá-las", criado na rede social Facebook para convocar para o ato.

Os manifestantes se queixam que há dois anos o governo do estado não tem fornecido com regularidade a medicação dos diabéticos tipo 1 (quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente). Os pacientes necessitam de ampolas de insulina e fitas para controlar o nível da glicose no organismo. A insulina chega a custar R$ 150, enquanto a caixa com 100 fitas sai por R$ 90 a R$ 100 nas farmácias.

Uma das organizadoras do protesto, Cidamar Oliveira afirma que a falta da insulina ou entrega deficitária compromete diretamente a saúde dos diabéticos, que precisam do medicamento para levar vida normal. “Os problemas podem ser desde sequelas graves e irreversíveis até o óbito. O custo dos medicamentos é alto e quase sempre os pacientes não podem podem arcar com os valores. Já estamos há 3 meses sem receber insulina, e quando as ampolas chegam recebemos apenas um tipo dos dois que precisamos”, comenta. 

A administradora Anabel Diniz Santos é mãe de uma jovem diabética de 21 anos e que necessita de 5 ampolas de insulina por semana. Ela conta que entrou com uma ação judicial há 17 anos para garantir o medicamento para sua filha. “A Justiça nos deu ganho de causa, e no começo o governo cumpria a determinação, mas desde o meio do ano passado enfrentamos problemas na entrega”, reclama. Os problemas são ainda maiores pelo fato de Anabel estar desempregada. “Meu marido é quem sustenta a casa agora, só que ainda precisamos da insulina. Contamos com a ajuda de amigos e familiares, mas ainda é bem díficil”, diz.

Procurada, a Secretaria de Saúde declarou que deve entregar a insulina até a próxima quarta-feira. Em relação aos insumos, o órgão prometeu que deve estar abastecido até a segunda quinzena de agosto. Abaixo você confere a nota na íntegra.

“A Secretaria Estadual de Saúde (SES) esclarece que, mesmo diante do momento de dificuldades por que passa todo o País, não tem medido esforços no sentido de agilizar a aquisição de medicamentos para abastecer a Farmácia de Medicamentos Excepcionais de Pernambuco, incluindo a insulina Glargina (Lantus) e os respectivos kits de medição. Inclusive, um grupo de trabalho foi criado pela SES, juntamente com profissionais da Farmácia de Pernambuco, com o intuito de monitorar o andamento de cada etapa do processo de aquisição desses remédios.

Por fim, a Farmácia de Pernambuco esclarece que já finalizou o processo de aquisição da insulina Glargina (Lantus). A expectativa é que a entrega do produto seja feita até a próxima quarta-feira (03/08). Já em relação aos insumos, a SES informa que deve estar abastecida até a segunda quinzena de agosto”.

Diário de Pernambuco 


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