Milton Sanca, de 29 anos, trabalhava como motorista em uma empresa na capital cearense e morreu em 25 de abril. O corpo foi liberado pelo Hospital Geral de Fortaleza, onde faleceu. A família disponibilizou o telefone para que pessoas possam doar dinheiro para financiar o transporte do corpo até o país de origem. Além das doações, há mensagens racistas e tentativas de golpe.
Nas mensagens obtidas pelo g1, o suposto doador com prefixo de Pernambuco afirma que a vítima “infesta” o Brasil e a cidade e diz que não são bem-vindos.
“Que bom que aquele macaco morreu há muitos de vcs infestando nosso país e nossa cidade! Saia daqui!!! Vcs não é bem-vindos. Roubando nossos empregos e vagas de estudo. E dando HIV às nossas mulheres.”
Volte para a África. E n como dele dentro um cadáver”, diz outra mensagem.
Sobre as mensagens de racismo, Adilson Victor, irmão de Milton Sanca e doutorando de História Social na Universidade Federal do Ceará (UFC), lamentou os comentários no momento em que a família passa por um momento de muita dor.
“Infelizmente, mesmo na morte, ainda sofremos. Acho meu irmão não merecia isso e nem a minha família”, disse.
Em uma tentativa de golpe denunciada por familiares, outra pessoa entrou em contato com ele e assegurou que tinha arrecadado um valor para pagar o translado, mas a família desconfiou e cancelou as mensagens.
“Essa aí foi outro caso infeliz. Uma pessoa entrou em contato comigo e disse que tinha dinheiro para pagar passagem para o translado e para mim. Desconfiamos e cancelamos as mensagens”, explicou.
Nos dois casos Adilson Victor afirmou que registrou o boletim de ocorrência em uma delegacia de Fortaleza.
g1
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