BAHIA

‘Ficou impossível’, diz governador Rui Costa sobre carnaval na Bahia em 2022

Declaração foi dada na manhã esta quinta-feira (23), durante ato no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador.

 

O governador Rui Costa afirmou, na manhã desta quinta-feira (23), que “ficou impossível” a realização do carnaval na Bahia em 2022. A declaração foi dada durante ato inaugural no Hospital Geral Roberto Santos, em Salvador.

 

“Sabe aquele filme Missão Impossível? Nós estamos na Missão Impossível 3, então, não será possível fazer esse carnaval. Não tem a mínima condição”, afirmou o governador, fazendo referência às duas ondas de Covid-19 e o aumento recente do número de casos de gripe H3N2 em todo o estado.

 

“Alguém falar de carnaval a essa altura do campeonato, está querendo ser irresponsável com a vida do outro e eu não estou nesse grupo. Portanto, nós não teremos carnaval nesse modelo que nós conhecemos como carnaval. Não há mínima condição”.

 

Rui Costa alegou que, além das mortes provocadas pela Covid-19, agora o estado passa a ter óbitos pelo Influenza, o que aumenta o alerta das autoridades. As duas mortes foram registradas em Salvador, que enfrenta surto de gripe.

 

A reportagem entrou em contato com a prefeitura de Salvador e aguarda posicionamento. O governador disse também que deve se reunir com prefeituras de cidades baianas que realizam os festejos para discutir alternativas, como a possibilidade de realizar eventos carnavalescos diferentes, com restrição de público, cujo acesso será mediante apresentação de comprovante de vacina contra Covid19.

 

De acordo com Rui, que assinou a prorrogação da liberação de eventos com 5 mil pessoas nesta semana, o limite estabelecido já requer cuidados, sobretudo com o surto de gripe que vigor na cidade. “Festas com 5 mil pessoas já pode ser um risco, imagine um carnaval com 3 milhões de pessoas. Precisamos ter cautela. Vamos devagar que o santo é de barro”.

 

Conforme o govenador, atualmente o estado tem mais de um milhão de pessoas com vacinação contra Covid-19 em atraso e por isso “não há o que se falar em festa de larga escala”.

 

“A maior alegria que a gente vai ter é de superar o vírus do coronavírus e agora esse vírus da gripe. Se no início de dezembro estava difícil de fazer carnaval, agora ficou impossível”, reforçou, ressaltando que “só uma pessoa completamente irresponsável faria carnaval nessas condições”, disse Rui Costa.

 

Ele alegou, ainda, que realizar uma festa com grandes aglomerações neste momento significa “jogar fora todo esforço que foi feito” para reduzir os casos de coronavírus no estado e colocar em risco a vida das pessoas.

 

“Comerciantes fizeram esforços, trabalhadores fizeram esforços, profissionais de saúde trabalharam loucamente durante esse período, todo mundo exausto. Perdemos muita gente e não queremos voltar a perder tanta gente”.

Rui Costa destacou também que em vários países da Europa as fronteiras foram fechadas, aulas foram suspensas e a circulação de pessoas está mais restrita, de modo geral. “Todo o mundo está com medidas mais rigorosas. Nós aqui já temos riscos suficientes, não vamos correr mais um”.

 

Antes mesmo de a realização do carnaval ter sido definida pelo poder público, grandes nomes da música baiana já tinham afirmado que não participariam da festa. Entre as estrelas da folia que tomaram essa decisão estão Bell Marques, Daniela Mercury e Leo Santana.

A primeira artista que anunciou que a decisão foi Daniela, no dia 3 de dezembro. “Sinto muito em anunciar isso, mas avaliamos bem a situação e chegamos à conclusão que o cenário é muito incerto”, informou a cantora, na ocasião.

No mês de novembro, o governador Rui Costa chegou a dizer que não aceitaria “ultimato” de entidades ligadas ao setor de eventos, para tomar a decisão, especialmente uma comissão da Câmara de Vereadores de Salvador, que aprovou relatório com recomendações para realização evento, chegando a estabelecer um prazo para que o anúncio fosse feito.

Já o prefeito da capital baiana, Bruno Reis, declarou que aguardava a situação da pandemia para definir a realização da festa e disse que, caso fosse realizada, seria exigido comprovante de vacinação com aplicação das duas doses contra Covid-19, mas não detalhou como a operação seria feita.

No início desse mês, Bruno informou que a decisão da prefeitura seguiria a do governo do estado. “Não há como tomar essa decisão diante do cenário de incertezas, e a gente informou que deixaria chegar ao máximo a data limite, para que a gente pudesse ter uma segurança maior para tomar essa decisão”, disse na época.

G1BA

 


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