PIAUÍ

Fiocruz apresenta no Piauí ‘armadilha’ com larvicida para matar mosquito

O diretor da Fiocruz no Amazonas, Sérgio Luz, está em Teresina para apresentar ao governo e Ministério da Saúde um novo método para reduzir a contaminação de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti: um produto que colocado em água parada atrai o mosquito e que quando põem os ovos, as larvas morrem e ainda adere ao corpo do mosquito que espalha por outros criadouros.

“A estratégia é muito boa porque quando o mosquito tem contato com o larvicida, ao pousar em outros recipientes ele transfere o produto para esses locais, que muitas vezes os agentes têm dificuldades de encontrar ou pelo fato de ser escondido ou por causa do domicílio está fechado”, declarou o diretor.


O larvicida já está sendo testado em um bairro de Manaus e na cidade de Manacapuru-AM, que contém 160 mil domicílios e têm apresentado bons resultados.

“Em termos de redução, nos nossos estudos, a gente percebe que cerca de 100% das nossas unidades de monitoramento, encontra ação do larvicida que foi carregado pelo mosquito nestes criadouros. A redução mais significativa é de mais de 90% de mortalidade de larvas nos criadouros e o que tem nascido são muito poucas fêmeas que praticamente não conseguem sustentar uma transmissão”, comemora Sérgio Luz.

Como é aplicado o larvicida

No experimento que começou em 2009, os pesquisadores instalaram armadilhas para os mosquitos Aedes aegypti e Aedes albopictus, vetores da dengue, numa área de cerca de 50 hectares.

São baldes d’água — criadouros —, com o larvicida pyriproxyfen, que impede que as larvas cheguem à fase adulta, mas não atinge os insetos maduros. As paredes internas dos baldes são recobertas com um pano preto, que também contém o produto. O mosquito deposita ali seus ovos (que acabam morrendo). E, quando faz isso, partículas do larvicida grudam em suas patas. Como esses insetos desovam em diferentes criadouros, eles próprios disseminam o produto para outras áreas.

O diretor participa do "Seminário sobre Dengue, Chikungunya e Zika: controle e intervenção na saúde", que será realizado no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), seccional Piauí. Também estarão presentes representantes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Secretaria de Estado de Saúde do Piauí (Sesapi). O evento discute e planeja ações para fortalecer os serviços de saúde no combate aos Aedes aegypti.  


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