NORDESTE

Flávio Dino aponta resultados positivos de lockdown, diz que governo federal transfere responsabilidades e cobra medidas de Bolsonaro: “Só dá pitaco”

REVISTA NORDESTE – O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB), durante entrevista na tarde desta quinta-feira (14), falou sobre as medidas de isolamento social que estão sendo adotadas no Estado, a exemplo do lockdown – bloqueio total – na região metropolitana da capital São Luís. Questionado se recomendaria a outros governadores do Nordeste a mesma medida, tratada como extrema no enfrentamento ao novo coronavírus, ele afirmou que sim, porém chamou atenção para o entendimento de que ela não é “mágica”, mas que tem colhido bons resultados e que a expectativa para as próximas semanas é de números ainda mais animadores.

Durante entrevista ao jornalista Luis Tôrres, da TV Arapuan, o chefe do Executivo maranhense citou que existe um sentimento único que move o país nesse momento, que é o desejo de todos os brasileiros que pedem que a Covid-19 vá embora o mais rápido possível e assim possamos retomar todas as atividades normais, mesmo que para isso tenhamos que passar por um lockdown.

“Temos que adotar medidas e caminhos que produzam resultados rápidos, que tenham eficácia. O lockdown é uma medida extrema, que foi adota aqui em São Luís, são 1 milhão e meio de habitantes alcançados pela medida e hoje estamos no 9° dia. Recomendo a medida em casos em que a curva seja muito acedente, vale apena o esforço”, afirmou.

Segundo Flávio Dino, os efeitos são concreto e o Estado tem experimentado na prática o reflexo dessa medida de isolamento em sua rede estadual hospitalar de saúde. “Temos a convicção que nas próximas semana esse efeito vai ficar mais nítido no declínio de novos casos. Não é magia, não é efeito instantâneo, mais é uma medida que sem dúvidas, em casos extremos, tem utilidade, porque ela tem autoeficácia assim como em outros países que já fizeram e tiveram bastante êxito”, comentou.

Efeito Bolsonaro

O governador do Maranhão falou ainda sobre a crise política instaurada no Brasil, no que ele chamou de “falta de controle” do governo Bolsonaro, que insiste em apontar os governadores como os causadores da crise econômica no país pela não flexibilização do isolamento social. Segundo Dino, o país hoje enfrenta dois problemas sérios a serem resolvidos, a crise do novo coronavírus e a postura autoritária e antidemocrática do presidente.

“Infelizmente nós temos os problemas causados pelo coronavírus e temos os problemas causados pelo Bolsonaro. Ele insiste nessa narrativa por um motivo político. Ele sabe que essa crise econômica não é derivada dos decretos, porque se fosse derivado dos governadores, não haveria crise economia na China, Estados, na Europa, por exemplo. Ela atinge todo o mundo, não só o Brasil”, afirmou.

O gestor foi enfático em afirmar que o presidente insiste em transferir a responsabilidade da crise para os governadores e prefeitos pela ausência de medidas de enfrentamento do próprio governo federal, onde de um lado chefes de Executivo estadual e municipal lutam pela vida, e do outro Bolsonaro luta por um discurso, crendo que é apenas um mero “espectador que dá pitaco em tudo”.

“O que ele quer na verdade é empurrar o ônus da gestão econômica que cabe a ele em termos constitucionais e do próprio ponto de vista legal, afinal é ele quem tem os instrumentos e fica a todo tempo tentando transferir os efeitos do caos econômicos e social. Não as ações dos governadores, mas os efeitos da pandemia do coronavírus para dizer que é apenas um espectador, consultor, aquele que só da pitaco”, disparou Flávio Dino.

“Ele é o presidente da República, então é ele quem tem o dever de cuidar da questão política econômica e social, até porque quem está cuidando dos doentes somos nós, ampliando leitos hospitalares, lutando para que as pessoas não morram. Então cada um tem as suas responsabilidades, nós, governadores e prefeitos estamos assumindo as nossas atribuições, ele não”, concluiu.


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