BRASIL

Gilmar Mendes critica Lava Jato e aponta delírios totalitários do MP

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal reagiu duramente à capa de Veja desta semana, que colocou seu colega Dias Toffoli na capa sem que contra ele pese qualquer acusação consistente.

Em entrevista à jornalista Mônica Bergamo, afirmou que os magistrados podem estar diante de "algo mórbido que merece a mais veemente resposta".

Na fala, ele fez duras críticas à força-tarefa da Lava Jato. "Eles estão defendendo até a validação de provas obtidas de forma ilícita, desde que de boa-fé. O que isso significa? Que pode haver tortura feita de boa-fé para obter confissão? E que ela deve ser validada?", questionou.

Essa tese de validação das provas obtidas de forma ilícita foi defendida pelo juiz Sergio Moro.

Gilmar também acusou o Ministério Público de "delírios totalitários" e práticas "absolutistas". "Já estamos nos avizinhando do terreno perigoso de delírios totalitários. Me parece que [os procuradores da Lava Jato] estão possuídos de um tipo de teoria absolutista de combate ao crime a qualquer preço".

O ministro também disse que Toffoli pode ter sido alvo do Ministério Público por contrariar interesses. "Não é de se excluir que isso esteja num contexto em que os próprios investigadores tentam induzir os delatores a darem a resposta desejada ou almejada contra pessoas que, no entendimento deles, estejam contrariando seus interesses".

Quando Toffoli decidiu soltar o ex-minstro Paulo Bernardo, foi alvo de procuradores, que, em artigo, o acusaram de dar "um duplo twist carpado".

Diante da polêmica, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, suspendeu a delação premiada da OAS.


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