BAHIA

Governo da Bahia irá testar câmeras corporais em policiais, diz secretário após 30 mortes em operações

A Bahia está em vias avançadas de implementar as câmeras acopladas aos uniformes dos agentes, algo que já é realidade em São Paulo, afirmou o secretário Felipe Freitas, da pasta de Justiça e Direitos Humanos, ao jornal O Globo. A declaração vem após, entre os dias 28 de julho e 4 de agosto, pelo menos 30 pessoas morrerem em ações da Polícia Militar em Salvador e nos municípios de Camaçari e em Itatim.

 

“Estamos convocando os conselhos de direito relacionados a direitos humanos, promoção da igualdade racial, segurança pública e justiça criminal e, nos próximos dias, devemos intensificar as conversas para compor e anunciar um plano intersetorial de redução da letalidade envolvendo todas as secretarias do estado”, disse o secretário.

 

“Estamos construindo uma política que temos chamado de Programa de Segurança Pública e Justiça Cidadã, com o olhar voltado para todas as áreas abrangidas pelo tema e que vai desde a promoção do acesso à justiça e aos direitos humanos para a população, passando pela formação e estruturação das forças policiais, incluindo aí a adoção de câmeras corporais, por exemplo, que já estão em fase adiantada de aquisição”, explicou.

 

O governo da Bahia afirmou que, nos próximos dias 18 e 21 de agosto, serão efetuados testes utilizando as câmeras corporais fornecidas pela empresa vencedora da licitação. Se o equipamento cumprir todas as exigências estabelecidas no processo de licitação, o contrato será formalizado, e a empresa terá um prazo de 60 dias para fornecer inicialmente mil bodycams. Num segundo momento, dentro de um período de um ano, a empresa deverá entregar mais 2,2 mil unidades.

 

Na semana passada, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou que seu governo irá apurar eventuais excessos na conduta de policiais. “O nosso compromisso é na apuração de casos de eventual excesso por parte de qualquer servidor”, escreveu ele em postagem nas redes sociais.

 

As mortes foram registradas como resultado de “resistência à ação policial” e são investigadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), de Salvador, enquanto o Ministério Público também apura as ações policiais. O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, acionou a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos por causa das mortes registradas.


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