BRASIL

Governo vê Temer se afastando de Dilma no programa de TV do PMDB; Assista

A série de inserções na TV que o PMDB exibirá nesta semana, e que já foi divulgada pelo partido, está causando desconforto e irritação entre os petistas do governo.

A começar pela temática escolhida, que é considerada de duplo sentido, no momento em que as oposições acusam a presidente Dilma Rousseff de ter mentido durante a campanha: “A verdade é sempre a melhor escolha”.

Os filmetes que mais irritaram são aqueles protagonizados pelo vice-presidente da República, Michel Temer, pelo ministro da Aviação, Eliseu Padilha, e pelo ex-ministro Moreira Franco.

O desconforto com Temer ocorreu principalmente em duas de suas várias aparições. Primeiro, quando ele diz: “O PMDB não tem medo da verdade que virá.” Depois, quando Temer afirma: “O Brasil sempre vai ser maior e mais importante do que qualquer governo. Esta é a verdade.

Neste último filmete, Temer também falou que é hora de reunificar a sociedade, um discurso muito semelhante àquela sua declaração segundo a qual é preciso aparecer alguém capaz de unir o país. A afirmação foi entendida por Dilma como uma insinuação de que a atual presidente não tem essa capacidade e de que ele próprio, Temer, talvez seja esta voz de união.

No caso do ministro da Avição Civil, Eliseu Padilha, a irritação foi a escolha da expressão “é preciso grandeza”, quase uma lembrança à expressão utilizada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quando sugeriu que a presidente Dilma Rousseff devia ter “a grandeza” de renunciar.

E quanto ao ex-ministro Moreira Franco, atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães, a irritação tem dois motivos. Primeiro, porque Moreira centrou sua fala na afirmação de que o país “quer mudar e vai mudar”. Numa hora em que se fala de impeachment, digamos que a frase ganha contornos mais ácidos. Depois, porque Palácio tem conhecimento de que, logo ao deixar o comando do Ministério da Aviação, Moreira se tornou um dos maiores opositores ao governo dentro do PMDB.

A interpretação geral entre os petistas do governo, incluindo a presidente, é de que nenhuma das falas foi gratuita, nem foi incluída ao bel prazer do marqueteiro Elsinho Mouco. Tudo, naturalmente, foi milimetricamente discutido pela cúpula do partido.

O tempo exagerado dado ao presidente da Câmara, Eduardo Cunha, considerado o maior oposicionista do PMDB hoje, também foi entendido como um sinal claro de que o partido está com um pé fora do governo. Na melhor das hipóteses, preparando a sua saída, capitaneada pelo vice-presidente Michel Temer, que será quem vai decidir o momento exato.

Desde que deixou o dia a dia da coordenação política do Planalto e que — mais recentemente — se recusou a articular em favor da aprovação da nova CPMF pelo Congresso, Temer vem dando sinais claros de que é este o o seu caminho.

Veja alguns dos filmetes do PMDB:

 


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