BRASIL

Gringos dão colorido à festa da Copa do Mundo no Brasil

A paixão pelo futebol não é só brasileira, a expectativa do número de visitantes para a Copa do Mundo equivale a praticamente dois terços da população do Rio de Janeiro, a segunda maior cidade do Brasil. De acordo com levantamento da consultoria Value Partners, encomendado pelo Ministério do Esporte, espera-se que o Mundial reúna mais de 600 mil turistas internacionais (movimentando cerca de R$ 3,9 bilhões) e mobilize 3.100 turistas nacionais (gerando em torno de R$ 5,5 bilhões).

Segundo o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o impacto do segmento na economia do Brasil este ano deverá alcançar 9,5% do PIB (R$ 466,6 bilhões), um crescimento de 5,2% em relação aos números de 2013. Um percentual maior que a média mundial, que será de 2,5%.

De acordo com o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o Brasil está aproveitando bem as oportunidades que a Copa do Mundo oferece ao país. “O Brasil é protagonista importante nas relações internacionais. Somos a sétima economia mundial, um mercado em crescimento. A Copa movimenta bilhões de reais dos governos e da iniciativa privada. Aqui, teremos um acréscimo de R$ 142 bilhões durante o ciclo do torneio. Vamos gerar 3,6 milhões de empregos e atrair novos investimentos nacionais e internacionais. Então, nossos concorrentes, tanto na geopolítica, quando na economia não aceitam que tenhamos uma nota 10 também na organização de grandes eventos. Mas, se não tirarmos 10, vamos conseguir um 9,5”, diz.

O relatório da consultoria Value Partners também é positivo. O balanço afirma que campanhas institucionais, exposições, incentivos para pacotes de viagens, entre outras ações irão gerar R$ 614 milhões com turistas internacionais. Haverá também um incremento de 10% no número de turistas base, ou seja, 60 mil visitantes, representando um ganho de R$ 395 milhões.


Navios servem de apoio

Os mexicanos estão na lista dos visitantes que irão ajudar a movimentar a economia do país. Cerca de três mil pessoas do México devem desembarcar em Pernambuco para o jogo da seleção do México contra Camarões, na Arena das Dunas, em Recife. Os torcedores chegaram de avião dois dias antes do Mundial, no Aeroporto dos Guararapes, mas se hospedaram em um navio ancorado no Porto do Recife. 

O local está sendo usado como ponto de apoio, porém o grupo deve viajar por todas as cidades onde a seleção mexicana jogará. A seleção do México passará pelo Rio Grande do Norte e Ceará (jogando contra a seleção brasileira), além de Recife. Segundo estimativa do Ministério do Turismo, o estado de Pernambuco deve receber por volta de 200 mil turistas de diferentes estados e nacionalidades durante o período do evento.

Outro grupo de 3,2 mil torcedores chilenos também chegou ao país e vai percorrer o Brasil em uma caravana, de acordo com informações do Ministério do Turismo. Os visitantes querem acompanhar os jogos da seleção chilena na Arena Pantanal, em Cuiabá; no Maracanã; Rio de Janeiro; e no Itaquerão, em São Paulo. Parte deles acompanha a Caravana Santiago Brasil 2014, que reúne cerca de 800 carros e pretende percorrer 10 mil Km junto com a seleção de seu país.

Os visitantes já são veteranos. O Chile é o quinto maior emissor de turistas para o Brasil e o terceiro entre os sul-americanos, depois da Argentina e do Uruguai. Em 2012, mais de 250 mil chilenos visitaram os destinos turísticos brasileiros. As cidades mais procuradas pelos turistas de lazer foram Rio de Janeiro, Armação de Búzios, Balneário Camboriú, São Paulo e Florianópolis.

Do mar para as arenas

Outros estrangeiros de várias nacionalidades também atracaram seus navios no Rio de Janeiro. A primeira embarcação trazendo turistas para a Copa do Mundo no Brasil, navio MSC Divina, é o maior em número de passageiros que já atracou na cidade. Ao todo, são 5,6 mil pessoas dentro da embarcação, sendo 4,1 mil passageiros e 1,5 mil tripulantes. Do total de passageiros, cerca de 1,1 mil devem desembarcar no Rio. Até o fim do Mundial, são esperados mais de 9 mil passageiros na capital carioca.

O navio veio de Miami, nos Estados Unidos, fez uma escala em Salvador, na Bahia, e já seguiu para Santos, no litoral paulista. Americanos, europeus, asiáticos e australianos são as nacionalidades mais comuns que ocupam a imensa estrutura do transatlântico. 

O Ministério do Turismo criou um plano alternativo de hospedagens para atender à demanda de turistas em algumas cidades-sedes da Copa. Albergues, aluguéis de temporadas, campings, cama e café oferecem novos leitos além dos tradicionais, como hotéis e pousadas. Manaus, por exemplo, deve receber cerca de 28,5 mil estrangeiros e outros 147,7 mil brasileiros nos dias de jogos, de acordo com o órgão. A capacidade hoteleira tradicional da cidade era de 20,6 mil acomodações e com as hospedagens alternativas, outros 4,3 mil leitos foram disponibilizados. O mesmo aconteceu com as demais cidades-sede como Natal, Recife, Salvador e Cuiabá.
 

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