Por Luciana Leão

O Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças, em Pernambuco, (IBEF-PE) deu início nesta quarta-feira (24) a série de encontros empresariais de 2024, e teve como primeiro palestrante o executivo Gustavo Dubeux, do grupo Moura Dubeux, acionista e um dos fundadores da empresa pernambucana.

Dubeux traçou em linhas gerais a trajetória de sucesso do grupo genuinamente pernambucano, que há mais de 40 anos começou numa simples sala na rua do Cupim, no bairro das Graças, zona Norte do Recife, para tornar-se uma das referências no ramo da construção civil e incorporação  em Pernambuco e em outros seis estados nordestinos.

Sua vocação como engenheiro civil e de seus irmãos, Aluisio e Marcos José, era o da construção civil, mas à época, quando iniciaram a empresa, nos anos 80, precisavam de um esteio para se manterem. “Até ser sócio de um cabeleireiro, fui para ter uma renda fixa”, lembrou, em tom descontraído, durante sua palestra.

O trio dos irmãos Dubeux, em paralelo, tocou para frente os primeiros serviços com obras públicas e construíram então um primeiro prédio, tipo caixão, com apenas cinco apartamentos, o suficiente para terem o retorno naquele investimento.

“Esse empreendimento nos credenciou a fazer outros” e, assim surgia na década de 1990, o primeiro condomínio fechado de alto padrão, o edifício Morada Apipucos, zona Oeste da capital pernambucana. 

De lá para os dias de hoje, expansão de negócios e muitos desafios na construção do grupo. O lema “expandir para sobreviver”, como passagens em investimentos com revendedores da Brahma e postos de gasolina da bandeira Esso. Histórias inspiradoras e também de aprendizado para o grupo.

Mas, a meta do grupo sempre foi o da engenharia e incorporação. No início residenciais e, após alguns anos os de segundas residências, com a marca Beach Class – hotéis e flats com serviços agregados.

Expansão para o Nordeste

A crise de 2007 e 2008, no setor de incorporadoras e do segmento da construção civil  com a falta de financiamento não esmoeceu os objetivos dos irmãos Dubeux. Ao contrário. Definiram expandir a atuação para estados vizinhos de Pernambuco e hoje já estão presentes em Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe, com uma diversidade de investimentos.

Novamente, em 2016-2017, a crise no setor repercutiu em uma assinalada descapitalização. “Os bancos sempre foram os nossos financiadores e muitos parceiros. Continuamos a olhar para frente e veio a oportunidade, do IPO, em 2019”, explica Gustavo Dubeux.

A Moura Dubeux foi a primeira incorporadora pernambucana e do Nordeste  a estar na bolsa de valores (B3).  Em 2020, o processo de IPO (em inglês, initial public offering, IPO) foi consolidado na B3 S.A , de suas ações no segmento Novo Mercado com o ticker MDNE3. Com o IPO, a companhia tornou-se a primeira incorporadora com atuação regional a ter ações negociadas na B3.

Com o IPO, o crescimento do grupo é reconhecido por diversas entidades nacionais, locais e regionais. Em 2023, a empresa teve receita líquida de R$ 1,1 bilhão e lucro líquido de R$ 155,6 milhões.

Os resultados foram apresentados no dia 13 de março à Comissão de Valores Mobiliários (CVM)  e registraram desempenho histórico da Moura Dubeux no ano de 2023.

A receita líquida da Companhia cresceu 44%, alcançando R$ 1,1 bilhão. A margem bruta ajustada foi de 37%. E o lucro líquido foi de R$ 155,6 milhões, um aumento significativo de 48,1% em relação a 2022.

Crescimento que lhes renderam ao longo de mais de 40 anos, mais de 240 projetos, 25 mil unidades. Como explanou Gustavo Dubeux, ao final de sua apresentação, para executivos pernambucanos: “Nossa estratégia é regional, mas a ambição é nacional”.