BRASIL

IBGE corrige erro na Pnad e agora diz que desigualdade caiu

O IBGE informou que errou em um cálculo estatístico da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) 2013, que provocou incorreções em resultados de sete estados: Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul, que respondem por mais de 59% da população brasileira, segundo as estimativas populacionais para 2014. Entre os dados corrigidos, o IBGE informou que agora a desigualdade no país caiu, em vez de subir.

De acordo com os novos cálculos, o índice de Gini da renda do trabalho, um dos indicadores de desigualdade, passou de 0,496 para 0,495 em vez de subir para 0,498, como o IBGE tinha informado anteriormente. O índice de todas as fontes tinha ficado estacionado, mas agora ele cai para 0,501. Já o Gini domiciliar tinha subido de 0,499 para 0,500 e agora cai para 0,497. Quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade.

Já a taxa de desemprego, que entre 2012 e 2013 subiu de 6,1% para 6,5%, foi mantida. Mas, na revisão dos dados de 2013, a população desocupada subiu menos: em vez de 7,2%, avançou 6,3%, para 6,6 milhões de pessoas.

O diretor de Pesquisa do IBGE, Roberto Olinto, disse que “basicamente o que aconteceu foi um erro técnico nas regiões metropolitanas e isso afetou algumas regiões e algumas variáveis divulgadas”.

Olinto disse que é houve problema na atribuição de pesos da amostra:

— Como a amostra não cobre toda a região, existem pesos para cada região. Os dados brutos não têm problema, a questão foi na hora de calcular o numerinho que compõe a amostra, nesse processo, problema restrito às regiões metropolitanas de sete estados.

— Foi algo extremamente grave. Toda vez em que o IBGE erra, é nosso dever tornar isso público e pedir desculpas a toda a sociedade — disse Wasmália Bivar, presidente do IBGE.

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ENTENDA O CÁLCULO

A Pnad entrevistou 362.555 brasileiros em 148.697 domicílios em 2013. A partir de um procedimento estatístico chamado expansão da amostra, o IBGE extrapola as informações coletadas nas entrevistas para o total da população brasileira. Segundo a publicação original da Pnad, a estimativa para a população brasileira no período das entrevistas era de 201,5 milhões de pessoas.

A pesquisa, realizada anualmente pelo IBGE, é o maior levantamento socioeconômico feito do país, depois do Censo Demográfico. A pesquisa investiga as condições do mercado de trabalho, como emprego, renda, desigualdade salarial, de educação, como taxa de analfabetismo e quantas crianças, jovens e adultos estão na escola e as condições dos lares, tanto no acesso a água e saneamento e a posse de bens> televisão, geladeira computador. Os números divulgados ontem mostraram que a desigualdade subiu, o desemprego e a renda também.


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