ARQUIVO NORDESTE

Ibovespa cai 3,48%; dólar tem recuo após bater R$ 3,50

pós chegar a cair 3,73% no começo da tarde com a abertura dos EUA, o Ibovespa chegou a amenizar as perdas, mas logo voltou a cair forte na reta final: às 17h18 (horário de Brasília), em queda de 3,48%, a 59.072 pontos. O índice segue puxado pela queda das ações de peso da Vale e derrocada de Petrobras e bancos, mas com baixa menor do que a registrava no início na tarde.

Os contratos futuros de dólar, por sua vez, chegaram a oscilar entre ganhos e perdas após o Banco Central realizar dois leilões de swap cambial, equivalente a venda de dólar no mercado futuro, para conter a alta da moeda, depois da moeda chegar a bater os R$ 3,50. Contudo, a divisa voltou a ganhar forças e operava em alta de 0,51%, a R$ 3,416. Na véspera, a divisa registrou sua maior alta diária desde a crise global de 2008 (de quase 5%). Já os DIs curtos e longos têm mais uma sessão de alta, com os papéis com vencimento em janeiro de 2018 saltando 0,06 ponto percentual, a 12,34%, e os com vencimento em janeiro de 2021 subindo 0,12 ponto, a 12,05%.

Segundo o BNP Paribas, o BC tomou a decisão correta, em “situação do mercado que merece cautela e uma postura pró-ativa”. De acordo com o banco, o BC mostra que tem capacidade e pragmatismo para se adaptar a diferentes situações de mercado, o que não é o caso de outros bancos centrais da região, como o Banxico. “O BC implicitamente transmite mensagem ao mercado de que uma depreciação desordenada não será tolerada; ação também visa reduzir efeitos de 2ª ordem da depreciação cambial à inflação”.

Diante do cenário de instabilidade, as poucas altas vistas no Ibovespa nesta sessão correspondiam principalmente às ações de exportadoras, com Suzano, Fibria e Klabin – ambas do setor de papel e celulose -, que subiam entre 2% e 3%, amenizando as altas registradas mais cedo. Mas, por conta da forte aversão ao risco, apenas 7 das 58 ações do índice registravam ganhos nesta sessão. Até as ações da Vale, que chegaram a saltar 4% nesta sessão, viraram para queda nesta tarde, descolando do rali dos preços do minério de ferro. A mineradora ainda teve o preço-alvo de seu ADR elevado de US$ 6,50 para US$ 8,50 pelo Bradesco BBI, em meio à revisão das estimativas para o preço da commodity, que subiram para US$ 55 a tonelada em 2017, ante US$ 50, e de US$ 50 a tonelada em 2018, ante US$ 45. Segundo os analistas, a mineradora pode gerar US$ 11 bilhões de fluxo de caixa livre até o terceiro trimestre do ano que vem. A recomendação para os ativos segue neutra.

Do lado das quedas, apareciam novamente companhias prejudicadas pela alta do dólar e dos DIs, além de participantes dos setores elétrico, de consumo e infraestrutura, operavam no vermelho. Tal comportamento responde a uma percepção de política mais expansionista durante a gestão Donald Trump, o que provoca um receio de que o Federal Reserve adote postura mais agressiva em meio ao impacto inflacionário de possíveis estímulos fiscais e mais gasto público.

No noticiário corporativo nacional, destaque para o resultado surpreendente da Petrobras (PETR3, R$ 16,35, -5,71%; PETR4, R$ 14,08, -9,16%) pelo salto de 4 vezes no prejuízo líquido referente ao terceiro trimestre, para R$ 16,458 bilhões em meio a impairment (baixas contábeis) de ativos e de investimentos em coligadas no valor de R$ 15,709 bilhões. Apesar da cifra considerável, o balanço foi visto positivamente pelos analistas, apontando que a estatal antecipou o impairment para o terceiro trimestre devido ao novo plano de negócios. “Queda no endividamento e forte geração de fluxo de caixa são os principais destaques”, afirma o Santander.

Além da estatal, diversas empresas divulgaram balanços. A Marfrig (MRFG3, R$ 5,74, +9,13%) teve prejuízo líquido de R$ 170,4 milhões no terceiro trimestre, revertendo resultado positivo obtido um ano antes de R$ 185,9 milhões. A alta dos papéis da companhia, no entanto, ocorre após o presidente do conselho de administração da empresa, Marcos Molina, assegurar a analistas que a companhia não recomprará as debêntures obrigatoriamente conversíveis em ações detidas pelo braço de participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), a BNDESPar. De volta aos balanços, a Cetip (CTIP3, R$ 43,15, -0,80%) informou que teve lucro líquido de R$ 146,6 milhões no terceiro trimestre, alta de 12,6% sobre um ano antes. A Sabesp (SBSP3, R$ 27,30, -9,75%) reverteu prejuízo de R$ 580,1 milhões um ano antes para lucro líquido de R$ 573,9 milhões no 3° trimestre de 2016.

Brasil 247


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