POLÍTICA

Janot deve processar Pizzolato por novos crimes

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse hoje (23) que vai pedir ao governo italiano autorização para que o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato responda a mais dois processos penais.

Pizzolato chegou ao Brasil na manhã desta sexta-feira, desembarcando no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, de onde veio para Brasília. Acompanhado por policiais federais, ele foi levado ao Instituto Médico-Legal para exames e depois para o Complexo Penitenciário da Papuda, onde ficará preso.

Em entrevista coletiva, Janot detalhou que há um processo penal contra Pizzolato por lavagem de dinheiro no Rio de Janeiro e outro por uso de documento falso em Santa Catarina.

O procurador lembrou que a Itália permitiu a extradição do ex-diretor do Banco Brasil apenas para cumprir apenas a pena prevista na Ação Penal 470, o processo do mensalão. "Ele vem com essas condições. Qualquer outra imputação só pode ser feita de o país de origem autorizar", disse Janot.

MPF vai cobrar de Pizzolato R$ 170 mil por despesas com extradição

O Ministério Público Federal (MPF) vai cobrar do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato o valor de R$ 170 mil pelas despesas envolvendo o processo de extradição da Itália para o Brasil. A informação foi divulgada hoje (23) pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Pizzolato chegou ao país na manhã de hoje. Acompanhado por policiais federais, ele foi levado para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde ficará preso.

Segundo Janot, as despesas se referem a viagens, à tradução de documentos e a vídeos gravados na penitenciária da Papuda e em dois presídios de Santa Catarina, com o objetivo de demonstrar às autoridades italianas que o ex-diretor teria tratamento digno nas prisões brasileiras.

Ainda de acordo com o PGR, o órgão vai pedir ainda a repatriação dos 113 mil euros (cerca de R$ 496 mil, na cotação atual) apreendidos com Pizzolato em 2014 na Itália.

Sobre a chegada do ex-diretor do Banco do Brasil ao país, Janot avaliou a data como um dia importante para a Justiça brasileira. Para ele, a extradição só foi possível graças à conjugação de esforços de diversos órgãos do Estado brasileiro, como a Advocacia-Geral da União, o Ministério da Justiça e o Ministério das Relações Exteriores.

"Não adianta fugir das decisões da Justiça brasileira. A decisão da Justiça brasileira alcança o condenado onde ele estiver", disse. "Trata-se de um recado muito claro, paradigmático. É um divisor de águas", concluiu.

Após dois anos de fuga, Pizzolato já está preso na Penitenciária da Papuda

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, único condenado no processo do mensalão que ainda não havia cumprido pena em solo brasileiro, já está encarcerado.

Ele chegou ao Brasil pouco antes das 7h, vindo da Itália, para onde fugiu em 2013 antes do fim do julgamento que o condenou a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

No Complexo Penitenciário da Papuda, Pizzolato ficará recluso em uma cela do Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. Seguindo padrões definidos pela Lei de Execução Penal, as instalações do complexo possuem área mínima de seis metros quadrados.

O preso terá a mesma rotina dos demais internos, podendo sair para o banho de sol por duas horas diárias. A realização de atividades laborais poderá ser feita por Henrique Pizzolato conforme suas "aptidões e capacidade", informou a subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe).

A ala em que Pizzolato ficará é destinada a receber condenados que precisam ficar afastados da maior parte dos presos, como ex-policiais e outras pessoas em situações específicas.

Pizzolato chegou à Papuda pouco antes das 10h30 e antes disso, já em Brasília, permaneceu por 30 minutos no Instituto Médico-Legal, onde fui submetido a exame de corpo de delito.

O desembarque em São Paulo, em um voo comercial vindo de Milão, põe fim à história de fuga de um dos condenados no processo da Ação Penal 470, que envolveu também vários recursos judiciais e tentativas do governo brasileiro de trazê-lo de volta ao Brasil.

Brasil 247


Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Recomendamos pra você


Receba Notícias no WhatsApp