BRASIL

Jornalista José Natal avalia direto de Brasília: “Carências de uma cidade sem prefeito

O site da Revista NORDESTE , há 17 anos fazendo a leitura do Brasil pela ótica e defesa dos 9 estados, abriga nesta oportunidade a abordagem sobre a conjuntura brasileira a partir de Brasília, capital federal histórica. É que o renomado jornalista e multimídia José Natal resolveu expor com avaliações contemporâneas sobre o DF pontuando como seria importante se o governador Ibaneis assumisse a condição de espécie de prefeito para resolver tantos problemas. Leiamos a análise bem argumentado do multimidia. Eis, na íntegra, o texto a seguir:

 

Carências de uma cidade sem Prefeito”

 

O vice – Presidente da República, Geraldo Alckmin, ainda como governador de São Paulo e depois como candidato à Presidência da República, bradava em seus  discursos que o bom mesmo em política é ser prefeito de uma cidade. Com entusiasmo, Alckmin comentava que um prefeito atuante já sai de casa prestando atenção em tudo que a cidade mostra. E vai anotando os problemas que vê pelas ruas, como buracos a ser tapados, postes de iluminação, esgotos a céu aberto e por aí vai. Quando chega na Prefeitura, parte da agenda de providências está pronta, só executar.

 

Brasília não tem prefeito, mas bem que o governador poderia agir como
tal, e adotar esse lema como rotina. Se o fizer, vai se espantar com tantas providências
que teria que adotar ao chegar em seu Gabinete.

 

 

Claro, se a causa lhe interessar,
a primeira anotação seria sobre o trânsito caótico que aos poucos leva o brasiliense a um stress diário, com poucas perspectivas de melhoras a curto prazo.

A única preocupação, que nunca sai da pauta do Governo é a desordenada cobrança de multas aos usuários, medida que Brasília se orgulha de ser uma das cidades que
mais adota.

 

 

Ainda no trânsito, o governador poderia anotar num bloquinho, no banco de trás, um absurdo número de faixas de pedestres esquecidas e abandonadas pelo DETRAN. Motivo de orgulho de Brasília, a faixa representa segurança, e como tal deveria ser melhor tratada. Algumas sequer são percebidas pelos pedestres, desgastadas pelo tempo.

 

 

Outro item que talvez figurasse na agendinha do governador são as minúsculas e desapetrechadas paradas de ônibus. Desconfortáveis, sujas e sem manutenção, não abrigam mais do que dez usuários, tampouco os acalenta do sol e da chuva, no inverno ou no verão. São raras as que apresentam o mínimo de conforto, e outras tantas servem de mictórios sem descargas.

 

Também não pode faltar na agendinha do governador, uma rápida e atenta observação ao trabalho efetuado pela Novacap, na instalação de algumas calçadas e passeios públicos, espalhados pela cidade.

 

Algumas, ou maioria, bem distante do que realmente uma cidade como Brasília deveria apresentar à comunidade. Grande parte feita com visível cara de improviso, péssimo acabamento e instaladas com a qualidade técnica discutível. Nos dias de hoje, o Lago Sul por exemplo, está recebendo quilômetros dessas calçadas de concreto. Os moradores elogiam, mas fazem a inevitável censura e criticam o acabamento apresentado.

 

É comum o cidadão esbarrar nos postes de iluminação que, estranhamente, não
foram retirados no caminho traçado pelas calçadas. Quem duvidar, fácil constatar.

 

Dessa agenda, caso um dia se torne realidade, o governador poderia incluir uma visita às escadas rolantes da Rodoviária, às passagens subterrâneas sob as vias auxiliares Sul e Norte e ainda dar uma passada nas obras de duplicação das pistas que atendem as áreas dos condomínios próximos ao Jardim Botânico.

 

Naquele setor, pendegas judiciais impedem há meses que as pistas sejam duplicadas, e os moradores enfrentam congestionamento gigantescos pela manhã e final da tarde, todos os dias. O mesmo acontece com as pistas que ligam Sobradinho e Planaltina ao Plano Piloto, um retrato vivo e diário do caos no
trânsito.

 

Uma outra providência que a cidade cobra, e por certo poderia fazer parte da agendinha do governador, são os reparos nas camadas de asfalto que, com frequência, a Novacap faz pela cidade. O reparo é necessário, mas a forma como vem sendo feita carece de mais cuidado. Quem dirige pela cidade já se acostumou com as visíveis saliências deixadas pelos revestimentos mal feitos nas pistas de
rolamento.

 

A Ponte JK, desde que foi inaugurada 20 anos atrás, nunca recebeu uma lata de tinta que melhore seu visual já desgastado e amarrotado pelo tempo. O Teatro Nacional, fina estampa do nosso orgulho turístico e cultural, implora por uma reforma que lhe devolva a dignidade e vigor para receber arte, artistas e o público.

 

Sabidamente, obras públicas no Brasil raramente são entregues dentro
dos prazos estabelecidos. Item que também poderia fazer parte da agenda de
providências do governador, a comunidade agradeceria.

 

Na plenitude de seus
sessenta e três anos, Brasília, como Capital da Republica e cidade tida como
modelo de arquitetura e urbanismo, merece um olhar mais carinhoso e afetivo de
seus governantes.

 

Se o governador, vez por outra, escolher um dia da semana para se vestir de prefeito, e sair pelas ruas da cidade, vai notar que por aqui há
algo mais pra se ver além dos jogos do Flamengo e as áreas nobres já abençoadas por Deus e bonitas por natureza.

 


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