BRASIL

Lanchonete popular de aeroporto desrespeita tabela de preços

Lanchonetes populares instaladas nos aeroportos de Curitiba, Salvador e Porto Alegre desrespeitam o preço máximo fixado pela Infraero para 15 produtos controlados. Além disso, alguns estabelecimentos compensam o preço menor dos alimentos tabelados com preço igual ou superior às demais lanchonetes na venda de outros produtos.

É o que constata pesquisa da Proteste Associação de Consumidores em 50 estabelecimentos de 14 aeroportos, localizados nas 12 cidades da Copa do Mundo. Um exemplo é o caso do brownie da lanchonete popular BC Express, no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, que custa R$ 6,75, e é R$ 2,25 mais caro do que o do Fly Café, também no aeroporto, cujo preço é de R$ 4,50.

Uma empanada custa R$ 6,50 na lanchonete popular Palheta, no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, enquanto o mesmo produto sai por apenas R$ 3,60 na Kafe, lanchonete convencional do aeroporto.

Na lanchonete popular Rapid In, no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, a Proteste constatou a oferta de cinco produtos cujos valores estavam acima dos determinados como teto pela Infraero. O misto quente, por exemplo, que deveria custar R$ 2,90, é vendido pelo valor de R$ 3,30. O único suco natural do cardápio, o de laranja, tem o preço de R$ 4, enquanto deveria custar R$ 3,10.

Os desvios de preços também foram observados nos aeroportos internacionais Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, e Salgado Filho, em Porto Alegre.

No aeroporto de Salvador, a lanchonete popular Conexão Café cobra R$ 5 pela água de coco – R$ 1,80 a mais do que o valor estipulado pela Infraero – R$ 3,20. Já o estabelecimento popular Trop Café, do aeroporto da capital gaúcha, comercializa o sanduíche natural a R$ 6,50 – deveria ser R$ 6.

Também há diferenças na quantidade de bebida servida. Há lanchonetes populares, como as dos aeroportos de Rio de Janeiro (Santos Dumont), São Paulo (Congonhas), Recife e Fortaleza que servem porções menores que as estipuladas pelo contrato da Infraero, cobrando, contudo, o mesmo valor.

A lanchonete Rapidin, da CDPlan, informa, em nota, que praticou reajuste de preços, autorizado a partir do dia 24 de março, e que a nova tabela com os valores foi implantada a partir do dia 15 deste mês. Os preços poderiam ser atualizados um ano após a data da apresentação da proposta, mediante solicitação formal da concessionária. O reajuste deve se fundamentar em pesquisa de preço idêntica à anterior.

Procuradas, outras empresas e aeroportos ainda não haviam respondido ao pedido da reportagem. A reportagem não conseguiu contato com o Aeroporto Salgado Filho.

Falta publicidade sobre estabelecimentos

A Proteste comprovou ainda que faltam informações sobre as lanchonetes populares. Somente metade dos aeroportos – Curitiba, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro (Santos Dumont) – têm cartazes indicando a existência dos estabelecimentos.

Apesar disso, eles não apontam a localização. Algumas lanchonetes, como a do Gilberto Freire, do Recife, ficam ainda em áreas isoladas e distantes do aeroporto.

Associação cobra fiscalização

A Proteste enviou ofício à Infraero, solicitando mais fiscalização nas lanchonetes populares sob sua responsabilidade, para evitar que cobrem valores mais elevados ou sirvam quantidades menores do que as acordadas.

Além disso, defende que, por serem intituladas lanchonetes populares, os produtos que não tenham o preço controlado deveriam seguir o mesmo padrão de negócio e, assim, ser ofertados a valores mais baixos do que os encontrados em outros estabelecimentos do local. A Infraero informa que não tem como regular preços de produtos de outros produtos e que eles estão sujeitos à livre concorrência. A associação de consumidores propõe a criação desse tipo de lanchonete nos aeroportos que ainda não ofereçam a opção. 

Agência Brasil


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