Só não foi um negócio da China porque foi da Noruega, cuja empresa estatal de petróleo, a Statoil – associada à norte-americana Exxon – foi a grande vencedora do criminoso leilão do pré-sal realizado hoje, depois que o governo derrubou a liminar que proibia a venda das áreas petrolíferas. Ela, que já tinha comprado o campo de Carcará da Petrobras no balcão, levou o entorno do campo e vai dividir com os americanos uma província de altíssima produtividade.
A Petrobras ficou, como sócia, nas áreas que mais lhe interessavam: Peroba (colada ao campo de Lula, o maior do Brasil hoje), o Entorno de Sapinhoá (que disputa com o campo de Lula a posição de maior produtividade no pré-sal) e o Alto de Cabo Frio, ainda pouco prospectado, mas com sinais de ter imenso um imenso potencial identificado desde 2011, mas deixando a Shell como operadora do bloco.
O perdedor, claro, foi o Brasil. Mas também foi o Governo, que arrecadou menos do que o previsto – R$ 6,15 bilhões, 21% a menos do que os R$ 7,75 bi que esperava e ainda menos do que, ontem mesmo, lançou no resultado do Tesouro Nacional como perspectiva de “fechar” as contas dentro de um déficit de 159 bilhões. O relatório falava em R$ 12 bilhões de arrecadação com concessões de petróleo.
Agora, os apetites se voltam para a derrubada da lei de partilha, pela qual parte do óleo extraída (por vezes até 80%) pertence ao governo brasileiro e retroceder para o regime de concessão, que não é aplicado em parte alguma onde haja forte certeza do potencial petrolífero.
Brasil 247
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