BRASIL

LGBTs são 15% dos turistas do Rio e respondem por 30% da receita

Divulgada nesta quarta-feira (2), pesquisa realizada pela Prefeitura do Rio de Janeiro em parceria com o Observatório de Turismo da UFF (Universidade Federal Fluminense) mostrou dados do comportamento do turista LGBT que escolheu o Rio de Janeiro como destino no carnaval. A nota média que os turistas LGBT deram para o Rio como um todo foi de 3,9, numa escala de 1 (péssimo) a 5 (ótimo).

Resultados da pequisa, que ouviu 1.590 pessoas, trazem comparativo entre os gastos de gays e heterossexuais durante a festa. Enquanto os turistas gays gastaram em média R$420,46 por dia, os turistas heterossexuais desembolsaram R$198 diariamente. Conclusão: os gays gastaram 112% a mais do que os héteros.

De acordo com a pesquisa, o Rio recebeu 918.000 turistas LGBT no carnaval 2014, o que corresponde a 15% do total geral. Homens são a grande maioria entre os LGBT: 85,8% do total. Os turistas LGBT vindos do Brasil somam 84,2% – grande parte deles são de São Paulo, 32,7%. Entre os estrangeiros, a maioria (20%) é de americanos.

R$ 47 milhões por dia

Há um recorte que mostra também a diferença de gasto entre os turistas vindos de destinos nacionais e os estrangeiros. Os brasileiros foram mais econômicos, gastando em média R$ 302,10 por dia. O estrangeiro desembolsou R$538,10 por dia.

“O turismo LGBT no mundo hoje figura entre os de maior poder aquisitivo para qualquer destino. O interessante dessa pesquisa é notar como esse turista escolheu o Rio. Nós asseguramos os direitos civis dos cidadãos e cidadãs LGBTs e sabemos que esse item pesa na escolha do destino dessas pessoas”, afirma Carlos Tufvesson, coordenador especial da Diversidade Sexual da Prefeitura do Rio.

Segundo a pesquisa, os LGBTs injetaram na economia carioca R$ 461 milhões, aproximandamente R$47 milhões por dia. O valor representa 30,75% da receita com o turismo na cidade no período. A renda total do Carnaval, de acordo com dados da Riotur, foi de R$ 1,5 bilhão.

Evento de solteiros

Homens na faixa dos 26 anos, solteiros, com nível superior de escolaridade e renda média de 8,7 salários mínimos são os principais frequentadores do evento. O levantamento aponta ainda que esse turista costuma voltar à cidade com frequência. Cerca de 60% dos entrevistados já estiveram no Rio sete vezes; 30% deles, onze ou mais vezes.

Realizada durante os dias de duração da folia carioca, entre 28 de fevereiro e 4 de março, a pesquisa visitou festas LGBTs, entre outras CandyBox (Sambódromo), ToyOz (Espaço Sulamérica) e BITCH+The Week (Espaço Sulamérica); blocos de carnaval voltados para o público gay, como TocoXona (Botafogo), Banda de Ipanema e Simpatia é quase amor (Ipanema); ruas e praças de Ipanema, especialmente nos arredores da rua de maior concentração gay, Farme de Amoedo.

Indagados sobre o motivo que os fizeram escolher o Rio, 42% dos entrevistados disseram que consideram a cidade um destino "gay friendly" (onde os gays são bem-vindos). Já 93,6% disseram que recomendariam o carnaval carioca e 94,6% disseram que pretendem retornar à cidade.

Colaboraram com a pesquisa a Secretaria Municipal de Turismo e a CEDS (Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual), em parceria com o Observatório de Turismo da UFF. Para apresentação do resultado estiveram presentes também Natan Schiper, diretor da FECOMÉRCIO-RJ, que sugeriu que a pesquisa fosse mostrada a empresários de diversos setores em audiência a ser marcada por eles, e Cristina Camargo, representando a DEAT – Delegacia Especial de Atendimento ao Turista.


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