NORDESTE

Luiz Nassiff e o “Lawfare” estendido à Operação Calvário; é preciso encarar a origem da denúncia e as gravações que desmentem farsa

O renomado, corajoso e brilhante jornalista, analista econômico e exímio músico Luís Nassiff tem reverberado nas Redes Sociais nos últimos tempos que o uso pelo sistema judiciário brasileiro do “Lawfare” – condição quando se utiliza instrumentos legais para perseguir alguém, a exemplo de Lula – fez escola na Lava Jato e se estendeu aos Estados, inclusive à Paraiba.

Com todas as letras, ele afirma que esta inspiração americana aplicada no Brasil chegou ao estado paraibano no caso da Operação Calvário, na qual o ex-governador Ricardo Coutinho é peça central de diversos processos de desvios de Milhões de recursos públicos da Saúde, através de Organizações Sociais, a partir da Cruz Vermelha, do Rio de Janeiro em Operação em João Pessoa.

HÁ CONTROVÉRSIA

Infelizmente, em que pese o brilho do grande jornalista, há mais do que “Lawfare” na Operação Calvário. Luiz Nassiff precisa mergulhar mais e melhor no processo para atestar que a grave denúncia não é obra original da Justiça e do MP paraibano, e sim de efeitos dos graves processos de desvios de recursos de Sérgio Cabral fazendo a trama chegar na Paraiba.

A rigor, se faz necessário avaliar o rumoroso processo com frieza ao conjunto de dados e situações graves muito antes das delações – outro instrumento questionável.

Os autos apontam que foi o empresário Daniel Gomes, do Rio de Janeiro, e não da Paraiba,  quem originalmente expôs um vasto material com gravações autenticadas de conversas com o ex-governador tramando repasses constantes de recursos públicos, através de propinas, para agentes públicos próximos ao governador com ele próprio negociando as quantias,através da Cruz Vermelha.

Isto não é “Lawfare”.

TRAMAS ENTRELAÇADAS

 

Antes de qualquer juízo de valor é preciso ouvir muitas das gravações alinhando com inúmeros outros graves dados de delações dos mais importantes secretários para assim entender uma trama de desvios da Saúde, algo inadmissível e comprovado.

Pelos autos, havia projeção de repasses de propinas das  então 10 OSs a partir da Cruz Vermelha, que fez muitas transferências sob conhecimento do ex-governador,  na ordem entre 10 e 20% – e isto, o governador eleito João Azevedo resolveu não assumir a manutenção das OSs e, ao contrário, cancelou todos os contratos em nome da decência pública. Daí o rompimento político entre eles.

E isto não é Lawfere.

Há mais dados a se considerar diante da dura e inexplicável realidade construída pelo ex-governador, seguramente um gestor de qualidades impares no exercício de governo, mas que infelizmente extrapolou na esperteza de se manter no Poder a qualquer preço.

Em tempo: tem envolvido na Operação Calvário que já devolveu 4 imóveis na orla marítima.

E isto não é “Lawfare”.

Em síntese, a trama comprova desvios de milhões de recursos públicos até sob inspiração do famoso Caixa 2, mas muita gente enriqueceu ilicitamente com desvios desse esquema. Esta situação não tem nada a ver com o Caso Lula diante da Lava Jato onde inexiste qualquer documento provando ilicitudes do ex-presidente.

E isto não é “Lawfare”.

<span;>Ainda voltaremos ao assunto.


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