BAHIA

Lula defende regulação da mídia “no modelo da Inglaterra” e vira alvo da imprensa corporativa

O ex-presidente defendeu um “novo marco regulatório dos meios de comunicação”. Por defender a proposta, já virou alvo da imprensa corporativa, como Veja

247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a regulação da mídia no país, ao dizer que, se for eleito, terá de “fazer um novo marco regulatório dos meios de comunicação”. Ele falou sobre o tema em entrevista ao Jornal da Bahia na manhã desta quinta-feira (26). “Não quero o modelo de regulação da mídia tipo Cuba ou China; quero o modelo da Inglaterra”. E completou: “Sou contra a censura. Sou vítima da censura” (assista ao final).

O modelo inglês tem dois órgãos de regulação da mídia. O Press Recognition Panel, painel que supervisiona um órgão de autorregulação e tem poder de aplicar multas de até um milhão de libras (R$ 4 milhões) às publicações, além de impor direito de resposta e correções a jornais, revistas e site noticiosos. Emissoras de rádio e TV, por sua vez, são reguladas por outro órgão, o Ofcom. O órgão também é responsável pela telefonia, serviços postais e internet. Entre as atribuições do Ofcom estão garantir a pluralidade da programação de TVs e rádios, garantir que o público não seja exposto a material ofensivo, que as pessoas sejam protegidas de tratamento injusto nos programas, e que tenham sua privacidade invadida.

Na entrevista, Lula afirmou ainda que “a regulamentação atual é do tempo que a gente conversava por carta, de 62. Uma regulamentação que não seja censura, que permita que a gente conduza a internet mais para o bem do que para o mal”.E atacou a concentração da mídia: “não é possível que nove famílias tenham todos os grandes meios de comunicação do país. É preciso democratizar”.

Na última semana, Lula havia afirmado que seu governo não tratou “a reforma da comunicação, a regulação (da mídia), como deveria ser tratada”. “Aprovamos um programa para que a gente pudesse regulamentar os meios de comunicação. Eu não sei por que ‘cargas d’água’ não foi colocado no Congresso esse projeto”, disse.

Com a proposta de regulação da mídia, o ex-presidente Lula voltou a ser alvo da mídia corporativa. Para Veja, ao defender a medida, o petista “resgatou um antigo fetiche do autoritarismo petista: controlar a atuação da imprensa livre”. Apesar de a mídia ser regulada em todos os países capitalistas, a mídia conservadora, para defender seus privilégios, insiste em que qualquer regulação seria “socialista”.

*Brasil247


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