POLÍTICA

Maia diz que cassação de Cunha pode ser votada na segunda semana de agosto

Em um aceno ao bloco formado por cerca de 200 deputados conhecido como centrão, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reuniu-se nesta terça-feira com um dos principais representantes do grupo, o líder do PSD Rogério Rosso (DF), e anunciou um plano das votações prioritárias na volta dos trabalhos no Congresso, em agosto.

A ideia é votar medidas provisórias e o projeto que trata da renegociação da dívida dos Estados com a União já na primeira semana após o chamado recesso branco do Legislativo.

"Já tinha combinado com o Rogério que iríamos, no dia seguinte da eleição, estar juntos dialogando e construindo a presidência da Casa juntos, a pauta, os entendimentos", disse Maia, que derrotou Rosso no segundo turno da eleição para o comando da Casa na semana passada.

Sobre a necessidade de votação do projeto da dívida dos Estados, Maia disse ter sido alertado pelo líder do governo do presidente interino Michel Temer na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), sobre um prazo definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que segundo eles, está prestes a se encerrar. Moura também participou do café da manhã desta terça na casa de Rosso.

"É preciso que isso seja resolvido antes desse prazo fatal", afirmou o presidente da Câmara.

Os deputados trabalhariam durante três dias na primeira semana após o recesso, explicou o novo presidente. Resta definir, apenas, se as sessões ocorrerão na segunda, terça e quarta-feira, ou se elas se iniciam apenas na terça para se estender até a quinta-feira.

Já na segunda semana, os deputados retornariam a Brasília para votar o projeto que desobriga a Petrobras de ser a operadora única e de ter participação mínima de 30 por cento nos consórcios formados para a exploração dos blocos de petróleo da camada pré-sal.

Antes disso, na quinta-feira da semana anterior, deve ocorrer uma comissão geral no plenário da Câmara, dedicada exclusivamente a discutir os detalhes do projeto.

Ainda que já tenha definido um calendário de votações de temas tidos como prioritários para o governo Temer, Maia não marcou, no entanto, um período para levar ao plenário da Casa o processo de cassação de seu antecessor no comando da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

"Durante a primeira semana nós vamos discutir o caso do Eduardo Cunha para ver a melhor data de votação, para que a gente não marque uma data que não seja uma data com quórum adequado", explicou o novo presidente. "Nessa primeira semana tem convenções (partidárias), o quórum não é alto."

O café da manhã desta terça com Rosso sinaliza uma tentativa de aproximação de Maia com o centrão e de diluir eventuais sequelas que a disputa possa ter causado.

"Essa reunião foi para mostrar, dar essa demonstração de clareza que nós queremos o diálogo. Como presidente da Casa, quero diálogo com todos os partidos da Casa, começando pelo Rosso, que tem uma liderança importante e vai nos ajudar muito a conduzir os trabalhos e acelerar os trabalhos aqui na Casa", disse Maia após o encontro.

Brasil 247


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