PARAÍBA

Mais polêmicas: jornalista vai processar prefeitura de Mataraca por apropriação de vídeo em anúncio de “cidade futurista”

Suetoni Souto Maior

Vídeo de autoria de Clilson Júnior exibido durante solenidade. Foto: reprodução

Um dia depois da apresentação de projeto com investimentos previstos de R$ 9 trilhões para a construção de porto de águas profundas e cidade futurista em Mataraca, no Litoral Norte, continuam as polêmicas. Primeiro, foram apresentadas imagens similares às de um projeto feito sob medida para o distrito de Shenzhen, na China. Nada foi explicado ainda pela empresa, nem pela prefeitura. Agora, chega ao blog a informação de que o jornalista Clilson Júnior vai processar o município por apropriação intelectual. O vídeo institucional sobre a cidade, apresentado pela prefeitura, na verdade, é do jornalista.

 

Clilson explicou que já procurou um escritório de advocacia e vai protocolar um processo cobrando indenização do poder público ainda nesta terça-feira (12). Na solenidade de apresentação do projeto do grupo chinês Brasil CRT, sediado em Minas Gerais, o mestre de cerimônias anuncia o vídeo de autoria do jornalista paraibano como conteúdo institucional. O jornalista é conhecido por elaborar material turístico em cidades paraibanas visitadas por ele, sem cobrar nada do poder público por isso. Este é mais um ponto a ser explicado pela prefeitura.

 

Sobre o projeto futurista, uma apuração veiculada por Jornal da Paraíba, G1 e TV Cabo Branco mostrou muitas semelhanças entre as maquetes digitais apresentadas e projeto similar aprovada para o distrito de Shenzhen, na China. Falar em similaridades olhando as imagens é uma forma generosa de se referir. Há cópia mesmo em algumas delas. A cidade chinesa era uma vila de pescadores há 40 anos e hoje é um dos principais polos de produção tecnológica do país asiático. O projeto da cidade chinesa foi desenvolvido pelo estúdio de arquitetura dinamarquês Henning Larse, com sede em Copenhagen.

 

Uma matéria de 2019 fala da disputa vencida pela empresa dinamarquesa para o fornecimento do projeto (confira aqui). Ao G1, a prefeitura de Mataraca afirmou que desconhece o projeto chinês de Shenzhen e que no evento realizado nesta segunda, houve a assinatura do protocolo de intenções para construção da obra, e que, na ocasião, o grupo chinês não mencionou qualquer similaridade com outro projeto já existente. A empresa Henninglarsen, autora do projeto, também foi procurada, mas não enviou resposta. O portal também tentou contatar o grupo chinês Brasil CRT, mas não conseguiu contato de representantes da empresa.

A implantação do porto prometida para a cidade, caso saia do papel, vai ocupar uma área de 1,1 mil m2 (11 mil hectares). A região de Mataraca foi escolhida após estudos feitos em outras três áreas da Paraíba: Baía da Traição, Lucena e Pitimbu. A região de Mataraca foi a que apresentou as melhores características marinhas, como profundidade mais perto da costa, de relevo e potencial logístico. Resta saber se e como esse projeto sairá do papel.

Projeto do estúdio de arquitetura dinamarquês Henning Larse, com sede em Copenhagen. Veja no link


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