BRASIL

Manifestações e mobilidade urbana são temas prováveis para redação do Enem

Segundo o Ministério da Educação, cerca de dois milhões de candidatos consultaram, pela internet, o cartão de confirmação de inscrição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2013. A consulta online está disponível. Além disso, aproximadamente 3,5 milhões de candidatos receberam o documento pelo correio. No cartão de confirmação estão registrados o local da prova e informações, como a data e o horário do exame, a língua estrangeira escolhida e a opção por atendimento diferenciado. Os candidatos devem receber o cartão em casa, pelo correio, até o dia 18 de outubro. As provas serão aplicadas nos dias 26 e 27 de outubro próximo.
Para acessar o cartão de confirmação na internet, o estudante precisa ter o número da senha de inscrição no Enem. O candidato deve conferir se os dados registrados estão corretos e, em caso de erro, é preciso entrar em contato com a central de atendimento pelo telefone de número 0800 61 61 61. Não é obrigatório levar o cartão no dia da prova. No entanto, é indispensável apresentar documento de identificação com foto, como carteira de identidade ou de motorista. O Ministério da Educação recomenda que os estudantes percorram o trajeto de casa ao local da prova antes do dia do exame para conhecer o caminho, a fim de facilitar a localização. Além disso, é preciso estar atento ao horário. Os portões serão fechados às 13h, horário de Brasília.

Peso na prova
A ampla possibilidade de temas e o grande peso na prova fazem da redação um dos grandes desafios do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Entre os possíveis assuntos, professores citam mobilidade urbana, as manifestações no país e a questão da maioridade penal. A professora de português, Andrea Lanzara lembra que a redação é sempre “uma caixa de surpresas”, mas faz algumas apostas. Ela acredita que as manifestações, que tiveram início no mês de junho, é um tema muito cotado. No entanto, ressalva, a abordagem não deve ser especificamente os protestos e suas motivações.
O transporte, que foi uma das grandes pautas nas manifestações, também é uma das apostas de Andrea. “Uma boa pedida, que tem bem a cara do Enem, é a mobilidade urbana. Até porque, nesse viés, o candidato teria muitas opções para construir uma proposta de intervenção”, afirma. Para a professora, o exame pode pedir também algo sobre a educação e as novas tecnologias. “Pode ser algo do tipo como as ferramentas tecnológicas estão implementadas na sala de aula, ou a relação dos jovens com o ensino a distância. Nesses casos, a proposta pode ser que os candidatos pensem em formas de aplicar a tecnologia ou numa estratégia de usá-la como ferramenta de aproximação dos alunos.”
Para o professor Antonio Souza, os temas atuais e polêmicos devem aparecer não só na prova de redação, como no exame em geral. Entre eles, a diminuição da maioridade penal, a Copa do Mundo 2014 e a homofobia. O professor acredita que “o Enem privilegia temas sociais com preocupações humanísticas, exigindo do candidato um posicionamento que não fira os direitos humanos e uma proposta de intervenção acerca do problema apresentado”, explicou.

Três eixos
Já o professor Carlos de Lima lembra que os temas da redação do Enem sempre giram em torno de três eixos: o homem com ele mesmo (obesidade, idolatria ao corpo, realização profissional, vocação, sentimentos); o homem com relação ao outro homem (solidariedade, cidadania, direitos humanos, questão como participação política, compromisso social); e o homem com o meio biofísico (ambiente físico-biológico, poluição ambiental, aquecimento do planeta, uso abusivo dos bens perecíveis, engenharia genética, produção de transgênicos). Para ele, o “Enem quer testar a capacidade dele (candidato) de usar o conhecimento adquirido na sua formação para dar resposta a uma questão. E a uma que ainda não exista uma resposta consensual”, completa.
Apesar da previsão sobre os temas, os especialistas são unânimes: o candidato não deve chegar com uma redação pronta na cabeça. Se ele fizer dessa forma, corre o risco de falar sobre o assunto, mas não sobre o tema. É o caso, por exemplo, das manifestações. Pode ser que o Enem cobre o assunto, mas, como explicou, o exame pode pedir que o candidato discorra sobre as aspirações dos jovens e não sobre as razões que motivaram os protestos.

iG Bahia


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