BRASIL

Marqueteiro sai em defesa de João Santana, preso pela PF

O marqueteiro Augusto Fonseca, que atuou na campanha de Aloizio Mercadante, em 2010, e no ano passado assessorou o candidato governista à Casa Rosada, Daniel Scioli, na Argentina, postou no Facebook um relato em defesa de João Santana, preso pela PF na Lava Jato:

‘É um dos profissionais mais corretos com quem trabalhei na minha vida. Se recebeu legalmente R$ 171 milhões, como noticia a imprensa, porque se lambuzar com um valor muito menor e ilegal? Não vejo sentido. O João começou a trabalhar para o Lula e o PT depois do turbilhão chamado Mensalão e sabia que sua única opção era andar na linha, porque seria alvo certo de investigações e denúncias”, disse.

Leia o relato na íntegra:

Eu não quero entrar na briga entre petistas e não-petistas. Nem quero saber quem é mais ladrão ou menos ladrão. Não sou advogado, nem juiz, para defender ou condenar alguém. O máximo que posso ser é testemunha de defesa. Eu sei que muitos vão xingar, outros vão torcer o nariz, e, talvez alguns me deem razão. Eu quero falar do João Santana. É um dos profissionais mais corretos com quem trabalhei na minha vida. Antes de nos aventurarmos no marketing político, trabalhamos juntos no jornalismo formando uma bem sucedida parceria na revista IstoÉ. Ali pude conhecer muito do João. Sua personalidade, sua lealdade, sua capacidade de liderança. Ali conheci uma pessoa extremamente cuidadosa, criteriosa, incapaz de publicar uma notícia sem que ela fosse muito bem checada. Me lembro que quando fizemos juntos a reportagem com o motorista Eriberto França, tínhamos a informação de que o Fiat Elba que servia à casa do Color havia sido pago pelo PC Farias. Mas ele não permitiu que a informação fosse publicada porque não havia checagem suficiente. Se ele é assim com a informação que os outros vão receber, imagine no controle das suas finanças? Eu não consigo imaginar o João arrumando um jeito de driblar a receita e as leis. Mas o vejo buscando a melhor forma de fazer seu trabalho legalmente, corretamente e honestamente. Se ele pode trabalhar recebendo oficialmente dinheiro quente como recebeu nas campanhas que conduziu, por que iria correr o risco de receber dinheiro frio? Se recebeu legalmente R$ 171 milhões, como noticia a imprensa, porque se lambuzar com um valor muito menor e ilegal? Não vejo sentido. O João começou a trabalhar para o Lula e o PT depois do turbilhão chamado Mensalão e sabia que sua única opção era andar na linha, porque seria alvo certo de investigações e denúncias. E ele é inteligente o suficiente para não ter duvidado disso. Acho que a qualquer momento a investigação do juiz Sergio Moro, se ele for um magistrado realmente criterioso, vai chegar a esta conclusão. Até essa hora chegar, infelizmente, já terá causado um enorme dano a um homem de bem. Eu faço esse testemunho por um dever com a minha consciência. Minha amizade com o João não é mais a mesma há muitos anos. Hoje somos quase desconhecidos, tamanho é o afastamento. João Santana, nem eu, nem o juiz Sergio Moro somos isentos de erros. Mas tenho certeza que os princípios do João são os mesmos de quando eu convivia diariamente com ele.


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