BRASIL

Marta Suplicy troca o PT pelo PSB em maio para concorrer à Prefeitura

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) vai mesmo deixar o Partido dos Trabalhadores. A informação foi publicada em reportagem do jornal O Estado de S. Paulo desta sexta-feira (6). Uma reunião realizada na quinta-feira (5), em Brasília, selou a ida da ex-prefeita de São Paulo para o PSB, informaram líderes da sigla. Ela deixa o PT em abril e, no mês seguinte, anuncia sua entrada no partido, aliado do governador paulista Geraldo Alckmin (PSDB).

A saída de Marta do PT não chega a ser uma surpresa. Ela já se desenha desde o ano passado, quando a senadora deixou o Ministério da Cultura atirando contra a presidente Dilma Rousseff e o seu governo. Além disso, Marta não esconde o desejo de concorrer à Prefeitura paulistana nas eleições de 2016, após passar anos ‘alijada’ de disputas por cargos majoritários, de acordo com a própria.

Com a provável candidatura à reeleição do prefeito Fernando Haddad na capital paulista, Marta se viu sem espaço para chegar ao seu objetivo. As conversas sobre a saída de Marta do PT começaram depois de uma entrevista ao Estadão, na qual a senadora fez fortes críticas ao governo de Dilma. Desgastada com a presidente, Marta afirmou que “ou o PT muda, ou acaba”.

Segundo fontes que participaram da reunião do PSB, Marta não fez exigências e prometeu levar consigo outros quadros petistas descontentes com o partido. Em caso de derrota em sua empreitada daqui a dois anos, não há garantias de que a senadora terá espaço para concorrer ao governo do Estado dois anos depois, em 2018. O PSB pretende ter candidato próprio nas duas eleições – hoje o vice-governador paulista é o pessebista Márcio França.

A negociação contou com o aval de Alckmin, que, conforme um participante da reunião, “se mostrou muito satisfeito por ter a senadora Marta do nosso lado”. O PSB não confirma oficialmente o reforço. “Existe a negociação, Marta seria muito bem-vinda, mas o PSB tem outros nomes para a prefeitura como o próprio França, e Paulo Skaf (PMDB) que já disputou a prefeitura pelo PSB”, diz o prefeito de Campinas, Jonas Donizete (PSB).

PT já sabe da saída há uma semana

No PT, a informação de que Marta bateu o martelo para deixar o partido circula pelo menos desde a semana passada. A senadora, no entanto, se recusa a conversar com a direção petista. Nas últimas semanas o presidente estadual do PT de São Paulo, Emídio Souza, escalado para negociar com Marta, telefonou para a senadora e ouviu um desaforo. O deputado estadual José Américo (PT-SP) também tentou falar com Marta, mas não obteve sucesso.

Desde o início de janeiro o PT tenta marcar uma conversa com a ex-prefeita de São Paulo, mas ela nem responde ao convite.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a acenar com a possibilidade de garantir a Marta a vaga na disputa pelo governo de São Paulo, em 2018, para mantê-la no PT, mas ela não respondeu aos acenos. A senadora foi procurada nesta quinta-feira pelo Estadão, por meio de sua assessoria, para comentar o informe dado à cúpula do PSB, mas não respondeu até a conclusão desta edição.

Enquanto não formaliza a saída do PT, Marta começa a dar os primeiros passos rumo à disputa pela prefeitura no ano que vem. De acordo com pessoas próximas, Marta montou um comitê político em um imóvel alugado no bairro do Pacaembu e delegou a seu marido, Marcio Toledo, poderes para negociar apoios. Nesta sexta-feira a senadora vai participar de um evento em homenagem ao Dia Internacional da Mulher (que é comemorado no domingo) na sede da Associação Beneficente Irmã Idelfranca, no Jardim Helena, na zona leste de São Paulo.


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