BRASIL

Mercadante renova: “precisamos de mais recursos para adaptação à mudança climática”

O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, disse hoje, durante seminário sobre transição energética, que o Brasil precisa de mais recursos tanto para mitigar os efeitos que a mudança climática já causa no país, quanto para se investir em projetos mais ousados, que acelere e adeque o país à transição. Mercadante participou abertura do seminário “Brasil 2050: Rotas de Descarbonização da Economia”, no Rio de Janeiro, promovido pelo CEBRI, em parceria com o BNDES, o BID e a EPE.

 

“Vamos precisar de muito funding para reconstrução e não só do Rio Grande do Sul. Parte do Nordeste semiárido e está virando árido. Precisamos de solidariedade e tecnologia para a reconstrução com mitigação e adaptação”, afirmou, destacando que a tragédia gigantesca do Rio Grande do Sul abalou de forma decisiva a convicção dos negacionistas do tamanho do desafio que está posto.

 

 

Entre os projetos e investimentos que estão sendo conduzidos pelo banco e que podem ser fortalecidos com a entrada de capital, principalmente internacional, Mercadante citou o Arco da Restauração da Amazônia, que entrou nesta quarta-feira em nova fase. O BNDES está alocando inicialmente R$ 1 bilhão para a restauração de 6 milhões de hectares até 2030. A iniciativa tem o objetivo de restaurar 24 milhões de hectares até 2050, com investimentos públicos e privados.

 

 

“Estamos entrando fortemente nessa agenda, vamos entregar o plantio. Agora, precisamos de solidariedade. Precisamos pensar uma mobilização de recursos internacionais para a gente poder chegar a seis milhões de hectares. Precisamos de 50 bilhões de reais, estamos começando com R$ 1 bilhão e chamando a atenção do planeta, porque a melhor resposta sistêmica que o planeta pode ter e a mais barata é plantar árvores”, disse o presidente do banco.

 

Mercadante disse também estar otimista com a aprovação da LCD (Letras de Crédito de Desenvolvimento) no Senado Federal, após a aprovação na Câmara. O instrumento permite captação de recursos no mercado para investimento na indústria brasileira. O presidente do BNDES também destacou que o grande desafio do país é enfrentar os subsídios internacionais.

 

“A maioria dos países não briga com a política industrial, muito menos com os bancos públicos. Essa transição energética é mais cara. Ela precisa de Estado, precisa de incentivo. Vamos ter que ter instrumentos de defesa comercial, se nós quisermos manter parte da nossa estrutura industrial. Precisamos acelerar a descarbonização, isso tem que perpassar todas as políticas públicas com mais recursos e mais iniciativa”, afirmou.


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