O governador de Sergipe Belivaldo Chagas, em resposta à carta aberta divulgada por empresários que pedem a flexibilização do comércio no Estado, divulgada nesta quinta-feira (15), afirmou que todas as decisões do governo com relação às medidas de enfrentamento à Covid-19 são baseadas em orientações técnicas e científicas e em um planejamento que é reavaliado diariamente com responsabilidade e objetividade.
O chefe do Executivo sergipano afirmou que não irá ceder às pressões e autorizar a reabertura geral do comércio como propõe alguns setores empresariais no estado, porque a prioridade, no momento, é com a ampliação no número de leitos de UTI para garantir assistência aos sergipanos.
“Minha prioridade é com a vida das pessoas. Eu não vou flexibilizar, enquanto a gente tiver nessa linha crescente de contágio. Meu medo é ver fila na porta de UTI e não ter vaga para ofertar, estou lutando com todas as minhas forças para evitar que isso aconteça. Não quero ver gente morrendo, quero ver gente vivendo”, disse o governador.
Novos respiradores
De acordo com Belivaldo, o planejamento inicial do governo previa o recebimento de 80 respiradores, 60 pela compra via Consórcio Nordeste e 20 respiradores fruto de doação de pessoas do setor produtivo ao Hospital de Cirurgia, que ainda não chegaram.
“Já estamos na tentativa da quinta compra com a Turquia, mas com cuidado. Não temos condições de adquirir no Brasil porque a indústria nacional não tem capacidade de entrega. Nós estamos numa fase de crescimento, as pessoas não estão colaborando como todo. Houve uma queda muito grande no índice de adesão e de isolamento social e isso é grave. Nós temos hoje leitos exclusivos para tratamento de pacientes com coronavírus, são 112 leitos de UTIs e 232 leitos de enfermaria. E as coisas estão se complicando cada vez mais porque tem sido cada vez mais frequente a quantidade de pessoas contaminadas. Chegamos a 78 % de ocupação e leitos de UTis (rede pública), 50% do total de leitos (rede pública e privada). O que é extremamente preocupante”.
O governador informou que, apesar dos atrasos na chegada dos novos respiradores, nos próximos dias, o Estado entregará cerca de 20 novos leitos para assistência dos contaminados.
“Estamos trabalhando para que, no máximo até domingo, a gente consiga colocar cerca de 20 leitos de UTIs a mais. Nós temos os respiradores próprios da rede pública, que estavam em manutenção e respiradores que ficam em backup”, pontuou.
Economia
Segundo o chefe do Executivo estadual, ainda que a prioridade atual seja a saúde dos sergipanos, o governo está atento a economia.“Eu tenho responsabilidade, eu penso no governo e penso na sociedade. Sempre tratei o setor produtivo de forma digna e respeitosa e vou continuar tratando desse jeito. Nós vamos ter sim, o memento próprio para apresentar o plano de retomada econômica, porém, agora, repito, estamos em fase de crescimento da curva. As pessoas estão se contaminando, estão com suas saúdes agravadas, procurando os leitos hospitalares e isso é a prioridade. Claro que me preocupo muito com os empregos também, a gente precisa de um modo geral dos empregos, pelo sustento das pessoas. E porque, também, preciso ver o Estado bem, arrecadando, pois tenho compromisso com a folha de pessoal e com fornecedores, mas cada prioridade em um momento”.
Lockdown
Belivaldo desmentiu ainda informações que estão circulando em redes sociais sobre o decreto de ‘lockdown’ em Sergipe. “É lamentável que tenhamos essa rede de fakenews funcionando, em um momento como esse, a todo vapor. O governo não tem, até esse momento, absolutamente nada definido sobre lockdown. O que governo faz, com sua equipe técnica, com pessoas experientes, inclusive com representantes da Universidade Federal de Sergipe, é analisar a situação hoje, e numa projeção futura para que a gente tenha um planejamento do que vamos fazer nos próximos dias. Portanto, até no dia de ontem, no relatório que recebi, não há orientação para fazermos esse bloqueio”.
O bloqueio total de cidades visa restringir a circulação de pessoas e veículos para tentar conter o avanço da Covid-19 e já foi adotado em algumas cidades e estados do Brasil e do mundo. O governador não descartou a possibilidade futura de uma ação nesse sentido, mas tranquilizou os sergipanos de que, caso haja a real necessidade devido a curva de crescimento da Covid-19, tudo será feito com aviso prévio.
“Se discute sim, em todas as reuniões a possibilidades ou não. Mas caso isso venha a acontecer, se houver a extrema necessidade por conta de um colapso como um todo, informaremos a partir de qual data ocorrerá para que as pessoas tenham tempo de se preparar, se organizar. Inclusive com prazos pré-determinados”, esclareceu.
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