MARANHÃO

Ministério da Saúde investiga casos suspeitos de zika vírus no Maranhão

Dor nas articulações, manchas rosadas na pele com coceira e febre moderada. Esses são os sintomas da Síndrome Exantemática de Etiologia Desconhecida, ou Zika Vírus, como ficou popularmente conhecida.
A doença, que já é tida como uma epidemia, vem lotando hospitais no país e casos vêm sendo relatados pela população maranhense. Porém, nem a Secretaria de Estado (SES) e de Municipal de Saúde (Semus) confirmam casos da doença. Isso porque ainda não há provas laboratoriais de que se trate do novo vírus. A doença é transmitida pelo mesmo mosquito causador da dengue, o Aedes aegypti. Foram analisados mais de 880 casos suspeitos no Maranhão, mas todos deram negativo para este vírus, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES).
Amostras de pacientes que se queixaram dos sintomas e foram atendidos na rede de saúde da capital vêm sendo coletadas desde o mês passado. Os materiais foram encaminhados à análise do Instituto Evandro Chagas, no Para, por meio do Ministério da Saúde, para que sejam melhores avaliados. A Semus informa que aguarda o resultado destes exames e o direcionamento do Ministério, para que as medidas sejam tomadas, caso se trate do Zika Vírus. Só então será organizado um planejamento para combater a enfermidade, informa a instituição. Segundo repassado pelo Ministério da Saúde, a Semus informa não haver ainda qualquer confirmação de que os casos relatados na rede hospitalar de São Luís sejam Zika Virus.
As amostras analisadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Maranhão (Lacen/MA) foram enviadas ao Ministério da Saúde. Várias outras amostras que deram negativas para dengue, estão sendo coletadas em estados do Nordeste como Bahia, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Sergipe e Maranhão. O intuito é investigá-las de forma aprofundada para detectar se pode ser o Zika Vírus. A doença é originária da África e possui sintomas parecidos com a dengue, mas que, por enquanto, ainda não foi confirmada aqui no Brasil pelo Ministério da Saúde. Três instituições estão empenhadas nas análises: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Instituto Evandro Chagas (Pará) e Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC). O Ministério da Saúde prevê divulgar o resultado deste trabalho até o final de junho.
Cuidados
A infectologista do Hospital Estadual Dr. Carlos Macieira, Gisele Boumann, orienta, a quem apresentar os sintomas, ficar em casa, pois não se sabe ao certo como se dá a contaminação. É investigado se pela picada do mosquito Aedes aegypti ou por contato com pessoas doentes. Ainda segundo a médica, deve-se beber bastante líquido e manter uma alimentação balanceada. Se a coceira ficar muito forte, pode ser administrado um antialérgico. Caso a dor nas articulações fique aguda, é aconselhado tomar um analgésico. “A pessoa deve procurar um hospital, principalmente, caso a febre fique muito alta e não diminua após a ingestão do medicamento”, explica. A médica diz ainda que caso não cessem as dores nas articulações, apareça sangramento, falta de ar, deve-se procurar o hospital. “Para qualquer outro tipo de sintoma que fuja aos habituais como febre baixa, dores nas articulações e manchas avermelhadas pelo corpo, é preciso procurar orientação médica”, reitera a infectologista.


Epidemia
O Zika virus foi isolado, pela primeira vez, em 1947, num macaco Rhesus utilizado para pesquisas na Floresta de Zika, em Uganda, no continente africano. Aproximadamente 20 anos depois, ele foi isolado em seres humanos na Nigéria. Dali, ele se espalhou por diversas regiões da África e da Ásia e alcançou a Oceania. Possivelmente, ele entrou no Brasil trazido por turistas que vieram assistir à Copa do Mundo de Futebol, em 2014.
No nosso país, o vírus Zika encontrou o mosquito que, entre outros do mesmo gênero (Aedes albopictus, africanus, apicoargenteus, furcifer, luteocephalus, etc.), serve de vetor para sua transmissão: o Aedes aegypti, também transmissor da dengue, da febre chikungunya e da febre amarela. Macacos e seres humanos costumam ser os hospedeiros.

O Imparcial


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