BRASIL

Moro prende Léo Pinheiro, que faria delação da OAS

O juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato em primeira instância, mandou prender preventivamente nesta segunda-feia 5 o empreiteiro Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, que faria delação premiada.

O empreiteiro é alvo da Operação Greenfield, que investiga suspeita de fraude nos quatro maiores fundos de pensão de estatais do País: Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal), com o cumprimento de 127 mandados judiciais em diversos Estados.

Léo Pinheiro foi levado coercitivamente para depor no âmbito da Greenfield, mas acabou preso preventivamente por decisão de Moro. Outro alvo da Lava Jato que também é investigado hoje é o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A PF faz busca e apreensão em sua casa.

O ex-presidente da OAS era o protagonista da polêmica delação premiada que acusava Aécio Neves de cobrar propina na Cidade Administrativa em Minas Gerais e José Serra, no Rodoanel. Ele também era acusado de fazer reformas no "triplex do Guarujá" para o ex-presidente Lula.

Sua delação foi suspensa pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, após um vazamento para a revista Veja, que publicou uma reportagem de capa com o ministro do STF Dias Toffoli com base na delação de Pinheiro. Segundo Janot, porém, o nome do ministro não é citado em nenhum momento pelo empreiteiro. Não se sabe agora se o acordo com o MPF será retomado pela força-tarefa de Curitiba.

Leia mais sobre a operação na reportagem da Agência Reuters:

PF lança operação para investigar suspeita de fraude em fundos de pensão de estatais

RIO DE JANEIRO (Reuters) – A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira operação para investigar suspeita de fraude nos fundos de pensão de estatais Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Postalis (Correios) e Funcef (Caixa Econômica Federal), com o cumprimento de 127 mandados judiciais em diversos Estados, informou a PF.

A operação tem como objetivo apurar suspeita de crimes de gestão temerária e fraudulenta dentro de quatro dos maiores fundos de pensão do país, tendo como base dez casos revelados a partir do exame das causas de déficits bilionários apresentados pelos fundos, de acordo com a polícia.

"Entre os dez casos, oito são relacionados a investimentos realizadas de forma temerária ou fraudulenta pelos fundos de pensão, por meio dos FIPs (Fundos de Investimentos em Participações)", disse a PF em comunicado.

"Durante as investigações, alguns núcleos criminosos restaram configurados: o núcleo empresarial, o núcleo dirigente de fundos de pensão, o núcleo de empresas avaliadoras de ativos e o núcleo de gestores e administradores dos FIPs."

A ação conta com cerca de 560 policiais federais, além de integrantes do Ministério Público Federal, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), espalhados pelos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Amazonas, além do Distrito Federal.

A Justiça Federal do DF expediu sete mandados de prisão temporária, 34 mandados de condução coercitiva e 106 mandados de busca e apreensão, e também determinou o sequestro de bens e o bloqueio de ativos e de recursos em contas bancárias de 103 pessoas físicas e jurídicas no valor aproximado de 8 bilhões de reais.

A operação foi batizada de Greenfield, em referência ao jargão dos negócios para investimentos que envolvem projetos incipientes ou ainda no papel, de acordo com a PF.

Em junho deste ano, o Ministério Público Federal e a Polícia Federal já haviam deflagrado uma operação para investigar suspeita de desvio de recursos dos fundos de pensão Petros e Postalis na aquisição de debêntures do Grupo Galileo, com mandados de prisão para sete pessoas, incluindo o ex-diretor financeiro do Postalis Adilson Florêncio da Costa.

Procurados pela Reuters, os quatros fundos de pensão não responderam de imediato os pedidos de comentários.


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