BRASIL

No Nordeste, melhores escolas no Enem cobram alunos como universitários

As melhores escolas do Nordeste no ranking do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm algo em comum: tanto o Colégio Aplicação, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), quanto o Colégio Helyos, em Feira de Santana, na Bahia, investem na qualificação dos professores e na dedicação dos alunos. Os estudantes são cobrados como universitários.

Fundado em 1992, o particular Helyos é o sétimo mais bem avaliado do Brasil e está no topo do Nordeste. Segundo a coordenadora do Ensino Médio, Patrícia Moldes, o êxito se deve a uma rotina de aulas bem dadas, corpo profissional motivado e um modelo pedagógico personalizado, que prioriza o crescimento individual dos alunos. São 800 estudantes matriculados entre o maternal e o ensino médio.

"Desde a criação do Enem temos figurado como o melhor do Estado e entre as melhores pontuações do País", disse Patrícia. "Não temos receita, mas o nosso lema é: aula dada é aula estudada e aprendida, para não acumular conteúdos."

Em relação às novas tecnologias, Patrícia garante que o colégio usa apenas o material básico existente em qualquer escola do País. Porém, a coordenadora destaca a permanência do corpo de professores, coordenadores e funcionários sem grandes alterações e o acompanhamento próximo, no desenvolvimento dos alunos. "Existe no nosso colégio uma atmosfera que estimula os alunos a estudar."

O Colégio Aplicação, da UFPE, no Recife, é o segundo colocado no Nordeste e o nono no País no ranking do Enem, embora a avaliação não seja o foco da escola. "Não nos preocupamos nem preparamos os alunos para isso, tampouco esse desempenho é usado para fazer propaganda do nível do colégio", afirmou o diretor da instituição, Alfredo Matos, para quem "não há fórmula mágica" para uma boa performance.

Para ingressar no Aplicação – que oferece vagas do 5.º ano do Ensino Fundamental ao 3.º ano do Ensino Médio -, o estudante tem de passar por uma seleção. A disputa é grande: em média, de 2 mil candidatos para 60 vagas. "Quem entra aqui já demonstra ter interesse em aprender e se desenvolver", disse Helena Portilho, de 15 anos.

Para o professor de Pesquisa e História da Ciência, José Aércio Chagas, "há uma efervescência" no colégio. "Temos aqui a atmosfera de uma escola científica." Mas há um lado negativo: a precariedade da infraestrutura, no que concordam professores e alunos. "Há salas sem ar-condicionado nem ventilador e a burocracia, as licitações impedem agilidade para a solução dos problemas", afirmou Adriana Rosa, vice-diretora e professora de Português.

 

iG


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