PERNAMBUCO

No Recife e em Santiago: chilenos narram drama dos tremores

Assim que soube pelos noticiários do terremoto de magnitude 8,4 graus que atingiu sua terra natal na noite desta quarta-feira (16), o engenheiro chileno Nelson Eduardo Leyton Toro, 72 anos, não segurou o choro. Lágrimas de preocupação pelos parentes e compatriotas que há mais de 35 anos deixou para viver no Recife com a sua família. "Só consegui me acalmar quando falei por telefone com minha filha, que mora em Santiago. Estão todos bem, apesar do susto".

O sismo de hoje foi de menor intensidade do que o de 2010, quando abalos de 8,8 graus deixaram um rastro de destruição e mortes pelo país. "Desta vez, não houve corte de energia ou internet. Ficamos um tempo sem telefone, mas já voltou", diz a sobrinha do Sr. Nelson, a advogada Mariela Hernández Acevedo, que também mora na capital chilena. Durante entrevista ao NE10 feita pelo Facebook e WhatsApp, ela contou que estava em casa no início da noite quando os tremores começaram. "Foram quase dois minutos de tremores muito fortes e depois mais oito réplicas fortes, entre 5,5 e 6,2 graus. Eu, meu irmão e minha mãe corremos para a porta de entrada da casa e ficamos esperando passar", revela com certa naturalidade de quem já passou por experiências similares. 

Os terremotos anteriores ajudaram o governo e os moradores de uma forma geral a criarem planos de contigência e de evacuação, aperfeiçoarem os sistemas de comunicação e também reforço na estrutura das casas. "Apesar de toda precaução, é horrível sentir o chão escapar dos pés. É uma sensação terrível. Impossível se acostumar a algo assim", ressalta o engenheiro que, na juventude, vivenciou o maior terremoto da história que atingiu o Chile no dia 22 de maio de 1960. O tremor, de magnitude 9,5, matou 1.655 pessoas e deixou cerca de 2 milhões de desabrigados.

Ne10


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