BRASIL

Odebrecht se cala, mas critica ‘deduradores’

 O presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, disse nesta terça-feira 1º aos integrantes da CPI da Petrobras que não pode responder às perguntas sobre as acusações contra a empresa referentes à Operação Lava Jato porque elas fazem parte de sua estratégia de defesa.

"Sempre estive à disposição da mídia, dos deputados, da Justiça. Prestei depoimento junto ao Supremo Tribunal Federal, mas infelizmente, neste momento, no que tange ao processo criminal em andamento, já que as testemunhas ainda estão sendo ouvidas, espero que entendam essa situação", disse o empresário.

Em algumas declarações, no entanto, Odebrecht criticou 'deduradores', em referência aos envolvidos no esquema que firmaram acordo de delação premiada. Questionado se firmaria colaboração premiada com a Justiça, respondeu: "para alguém dedurar, precisa ter o que dedurar". Ele citou ainda a "questão do valor moral" como um "segundo ponto". "Só dedura quem tem o que dedurar. Independentemente disso, tem a questão dos valores numa questão como essa", declarou.

Questionado se concordava com sua prisão, uma vez que teria se colocado à disposição da Justiça, Marcelo Odebrecht disse: "Minha vontade de responder é muito grande, mas essa questão em especial fará parte de nossa defesa". Em outra ocasião, afirmou: "esta seria uma excelente oportunidade de me defender publicamente", ressaltando, em seguida, que não teria como expor os detalhes.

Odebrecht definiu como "provável e mais do que natural" uma eventual conversa sua com Lula, seja como presidente ou como ex-presidente. "Você está falando de uma das maiores empresas que transitam em todos os setores do País", justificou. O executivo disse ter fé de que a companhia sairá dessa "ainda mais fortalecida". "E espero que continuaremos a levar o nome do Brasil afora", afirmou.

O executivo contou aos deputados que não tinha conhecimento da íntegra das acusações contra ele e contra sua empresa. Perguntado se, mesmo assim, os procuradores haviam lhe oferecido a oportunidade de firmar um acordo de delação premiada, ele respondeu: "sim, na primeira conversa". Antes de ser dispensado da sessão, Marcelo Odebrecht lamentou não ter podido contribuir com os deputados.

Abaixo, reportagem da Agência Câmara:

Marcelo Odebrecht afirma que não pretende fazer delação premiada

O presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em depoimento à CPI da Petrobras em Curitiba (PR), disse que não pensa em colaborar com a Justiça por meio de delação premiada.

"Para alguém dedurar, tem que ter o que dedurar, o que não é o caso", disse, ao responder pergunta do deputado Altineu Cortes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI.

O executivo se recusa a responder perguntas relativas às acusações que pesam contra a empresa, sobre pagamento de propina e formação de cartel em contratos com a Petrobras.

"Gostaria de ter oportunidade, nessa CPI, de falar tudo o que sei, mas infelizmente estou engessado porque estou amarrado pela questão do processo penal que corre paralelamente, inclusive com depoimentos de testemunhas de acusação", disse.

Apesar de não querer falar sobre as acusações, ele respondeu algumas perguntas. O deputado Bruno Covas (PSDB-SP) perguntou se ele já conversou sobre a Petrobras com a presidente Dilma Rousseff e com o ex-presidente Lula. "É provável e natural que sim. Mas sempre foram conversas republicanas", disse o empresário.

Marcelo Odebrecht disse ter esperanças de que a empresa saia desse processo da Operação Lava Jato fortalecida, apesar das acusações.

Fuga
Ao responder pergunta do deputado Delegado Waldir (PSDB-GO), o empresário negou informação publicada na imprensa a respeito da existência de um plano de fuga do País em função das investigações da Operação Lava Jato. "Jamais pensei nisso", disse.

O deputado perguntou ainda se era verdade outra informação publicada na imprensa. "É verdade que seu pai, Emilio Odebrecht, disse que se o senhor fosse preso seria preciso construir uma cela para a presidente Dilma e para o ex-presidente Lula?", perguntou.

"Senhor deputado, é muito perigoso falar em suposições. Eu tenho muito orgulho dos princípios morais que meu pai me transmitiu", rebateu o empresário.

Brasil 247


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