As empresas Oi e Portugal Telecom anunciaram na madrugada desta quarta-feira (2) a assinatura de um acordo de fusão. As ações da nova empresa, chamada de CorpCo, serão listadas na bolsa brasileira, europeia e de Nova York. A operação, segundo fato relevante divulgado pela Oi, "combinará os negócios desenvolvidos pela Oi no Brasil e pela Portugal Telecom em Portugal e na África".
Como parte da operação, a Oi receberá um aporte de capital mínimo de R$ 13,1 bilhões, com o objetivo de alcançar R$ 14,1 bilhões. Trata-se de uma fusão por incorporação da Portugal Telecom pela nova empresa.
Uma parte correspondente a R$ 7 bilhões do aporte será decorrente da contribuição das operações e negócios da Portugal Telecom. Os outros R$ 7 bilhões (podendo chegar a R$ 8 bilhões) serão aportados em dinheiro, com "a finalidade de melhorar a flexibilidade do balanço" da nova empresa. Atuais acionistas e o BTG Pactual subscreverão a operação em aproximadamente R$ 2 bilhões.
Segundo Ricardo Salgado, presidente do BES, maior acionista da Portugal Telecom, "a operação hoje anunciada irá determinar a criação de uma grande empresa multinacional de língua portuguesa". Para Zeinal Bava, CEO da Oi e da Portugal Telecom, a CorpCo será referência em inovação, excelência operacional e criação de valor acionista e será uma das maiores empresas do mundo .
A combinação da Oi e da Portugal Telecom criará uma empresa com mais de 100 milhões de clientes, sendo mais de 70 milhões só no Brasil – considerados os clientes de telefonia e banda larga móvel e fixa, residenciais e corporativos. "A combinação dos grupos pretende alcançar significativas economias de escala, maximizar energias operacionais e criar valor para seus acionistas, clientes e empregados", informa a Oi, em fato relevante.
As sinergias operacionais e financeiras entre as duas empresas são estimadas em R$ 5,5 bilhões. As atividades combinadas das duas companhias permitirão uma geração de fluxo de caixa positiva na segunda metade de 2015.
De acordo com o documento, a aliança entre as duas empresas tem o objetivo de "acelerar o desenvolvimento da Oi no Brasil, alavancar e potencializar a capacidade de inovação da Portugal Telecom e cristalizar o valor das sinergias".
Na constituição da nova operadora de telecomunicações, uma ação ordinária da Oi equivalerá a um título e uma ação preferencial será trocada por 0,911 títulos. Já em relação à Portugal Telecom, cada título "será trocado por um número de ações equivalente a € 2,2911 (a emitir ao mesmo preço do aumento de capital da Oi), a que acrescerão 0,6330 ações" da nova entidade.
No final da operação, a previsão é de que "os acionistas da PT irão deter 38,1% do capital social circulante e com direito de voto" na nova empresa. Entre os principais acionistas da PT estão o Grupo Espírito Santo e a Ongoing (empresa controladora do iG e que tem como CEO Nuno Vasconcellos), cada um com uma participação superior a 10%, que são signatários do memorando de entendimento.
O negócio está sujeito à aprovação dos acionistas e de entidades reguladoras, então a conclusão do acordo entre a Oi e a Portugal Telecom deve ocorrrer no primeiro semestre de 2014. De acordo com o fato relevante, Zeinal Bava será o CEO da nova empresa luso-brasileira e de suas subsidiárias. A sede da CorpCo ficará no Brasil.
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