Por Walter Santos
Revista NORDESTE
A ameaça de fechamento da Globo por Bolsonaro, o caso do fim da RCTV na Venezuela e a hora da Regulação da Mídia
Em 24 de janeiro de 2010, o IG São Paulo divulgou notícia, segundo a qual o Governo Hugo Chaves tirou do ar na madrugada de um domingo seis canais de TV a cabo da RCTV, a mais importante rede televisiva venezuelana, por conflito aberto com o novo regime socialista. Nove anos depois, o governo de direita no Brasil ameaça fazer o mesmo com a Rede Globo, maior conglomerado de TV da América do Sul.
Vem daí a postura jornalística da Globo no trato da Venezuela, só que agora ameaçada de morte pelo representante do regime que apoia na terra de Maduro e este está no Brasil.
DURA REALIDADE
E esta realidade, que por mais absurda que possa ser em pleno século XXI, está perigando acontecer no Brasil diante de ameaça à Rede Globo de Televisão exposta ontem, domingo, 27, pelo presidente Jair Bolsonaro, direto da Arábia Saudita.
Não há na história das telecomunicações do país nada igual, mesmo tendo sido a Rede Globo a principal responsável por muitos processos institucionais e pela mais odienta campanha contra o PT, os Governos Lula e Dilma, e por isso mesmo promotora do impeachment do Governo Dilma – hoje comprovadamente afastada sem culpa – e, na sequência, pela prisão de Lula, para eleger Bolsonaro e impedir a eleição do ex-presidente.
O PAPEL DA GLOBO
Foi a Rede Globo responsável pela existência de Bolsonaro ao longo do processo sucessório de 2018 e, um pouco antes, ter sido porta-estandarte da Lava Jato pressionando o STF para a prisão em segunda instância visando prender Lula, hoje comprovadamente pelo The Intercept, que a emissora foi cúmplice articulada e protegeu Sérgio Moro e Dallagnol – todos flagrados em crimes contra a Democracia brasileira.
Só que desta vez, em 2019, está diante de um presidente de imprevistos com coragem para ferir a liberdade de imprensa, a livre manifestação de pensamento, a livre iniciativa empresarial, só que, no caso da Rede Globo por ter responsabilidades como concessão pública, ao invés de conviver com a Regulação da Mídia proposto pelo PT, agora corre o risco de desaparecer.
A GLOBO NO IMPEACHMENT E NA LAVA JATO
A reação do PSDB e do candidato derrotado em 2014, Aécio Neves, forjando resistência ao resultado ganhador de Dilma Rousseff não teria prosperado se não fosse o apoio incondicional da Rede Globo e da Grande Mídia ao que se caracterizou na sequencia como Golpe institucionalizado através do Impeachment de uma presidente honesta.
Sem a Globo, nem o Impeachment, muito menos a Lava Jato, construída em nome do combate à corrupção (mesmo a praticando) para o PT, Lula, Dilma e a Esquerda teriam prosperado fomentando o ódio e a intolerância no Pais, agora sendo vitima do que plantou.
COMEÇOU COM LULA, ZÉ DIRCEU, MENSALÃO
Muitos sabem e ignoram que o ódio ao PT foi nutrido pela Globo e a Grande Trama envolvendo os poderes já em 2005 quando do Mensalão no Governo Lula prendendo sem provas o ex-ministro José Dirceu. Foi ele, o ex-ministro que gerou ódio da Grande Mídia e em especial da Globo ao lado de Luiz Gushiken por terem iniciado a regionalização dela.
Antes de Lula e Dilma, apenas 172 empresas tinham acesso à bilionária verba publicitária do Governo. As empresas Globo faturavam 68%.
Com Lula foram mais de 5 mil e Dilma passou de 8 mil empresas.
Foi essa redistribuição e a defesa antes acovardada do PT de defender a Regulação da Mídia para redistribuir os espaços e evitar que cinco famílias dominem a Mídia que todo o processo de agora se instalou.
PERGUNTA A MERECER RESPOSTA
Numa palestra, domingo, 27, em Bananeiras-PB, durante Festival Literário perguntamos à importante e brilhante multimídia Mirian Leitão, qual sua opinião sobre a possibilidade da Rede Globo pedir desculpas ao País por ter apoiado o Impeachment de Dilma e a prisão de Lula. Lembramos que a emissora fez isso em relação ao Golpe de 1964.
Ela respondeu dizendo que não pode falar como porta-voz da Globo, mas a emissora convive com a liberdade total.
Justiça seja feita, ela condenou a nova ordem em torno do Governo Bolsonaro e admitiu muitos avanços no Governo Lula e erros na economia de Dilma.
ÚLTIMA
“Quem com o ferro fere/com o ferro será ferido.”
Os comentários a seguir são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.