BRASIL

Oposição quer atrair aliados do PT

A chapa majoritária encabeçada pelo ex-governador Paulo Souto (DEM), o escritor Joaci Góes (PSDB) e o ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) vai dar início esse final de semana aos primeiros eventos de pré-campanha, nas cidades de Vitória da Conquista, Milagres e Feira de Santana. No entanto, antes mesmo de colocar o pé na estrada, os integrantes da chapa oposicionista na Bahia já começaram a se movimentar para avançar sobre bases comandadas majoritariamente pelo PT e seus aliados. O objetivo do grupo é atrair o apoio de correligionários petistas, sobretudo, no interior do estado.
Em visita ontem à sede da Tribuna, Souto, Joaci e Geddel admitiram conversas avançadas com as chamadas bandas B e C do governo, ou seja, sobre aliados dos petistas nas cidades do interior baiano que apoiam hoje o governador Jaques Wagner, mas que já dão mostras de que poderão não marchar com o candidato petista Rui Costa. De acordo com Paulo Souto, “é ilusão os governistas ficarem dizendo por ai que vão ter o apoio de um, dois, três grupos políticos nos pequenos e médios municípios da Bahia”. “Nesses poucos dias que tivemos desde o anúncio da candidatura já recebemos diversas manifestações de apoio, além de visitas de grupos locais que vão se colocar, nitidamente, numa posição de confronto ao nome do PT. Não vamos ter as famosas bandas A, B e C marchando unicamente com o PT”, enfatizou.
Recebidos pelos diretores da Tribuna, Walter Pinheiro, Marcelo Sacramento e Paulo Roberto Sampaio, Souto aproveitou para frisar que existe uma fadiga do modelo de governo petista na Bahia.

Geddel admite favoritismo da chapa

O pré-candidato ao Senado, Geddel Vieira Lima (PMDB), destacou ontem a aceitação nas ruas, em relação à chapa da oposição e o clima de “favoritismo” na largada para a pré-campanha nas eleições estaduais. Segundo o ex-ministro, a principal estratégia a partir de agora será colocar “o pé na estrada”, com a realização de encontros nas 25 maiores cidades do estado. “O que eu tenho visto é uma aceitação extraordinária, com lideranças no interior da base governista já nos procurando e também nas ruas há um sentimento de necessidade de alternância de poder, como forma efetiva de reciclar a administração”, disse.
A menção as pesquisas internas apontam resultados favoráveis, conforme o líder peemedebista, com uma “avaliação de já deu para este governo”. Contudo, apesar de frisar essa tendência, Geddel destacou que “não deve haver acomodação e que o caminho é de humildade e muita consciência de que é preciso redobrar o trabalho”. Ele citou os primeiros eventos do grupo, neste final de semana em Vitória da Conquista e Milagres com a presença do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM). “Estamos com um engajamento absoluto e completo do prefeito, que vai nos ajudar muito, em função da repercussão de sua administração na capital e da perspectiva de replicarmos na Bahia o que está sendo feito em Salvador”, enfatizou.
Segundo Geddel, a unidade da composição também deve ajudar na disputa, mostrando que os projetos pessoais foram deixados de lado. No enfren­tamento aos pré-candidatos, Eliana Calmon (PSB) e Otto Alencar (PSD), ele enfatizou “sem modéstia”, que tem como diferencial, o conhecimento do Congresso e a passagem no Ministério, que o tornou “um nome nacional. “Acho que posso devolver a Bahia uma voz que com coragem e determinação defenda os interesses do estado”. Geddel prometeu colocar outras prioridades, como a análise não isolada da maioridade penal, do Código Penal, além da descri­minalização da maconha e das políticas para o Semiárido.
O ex-ministro atacou a suposta comparação entre o governo de Souto (DEM) e Jaques Wagner (PT). “Os números do governo do PT teriam que ser auditados. Eles colocam que construíram cinco hospitais e isso é uma das mentiras mais temerárias que eu já vi, pois embutem o Hospital de Santo Antonio de Jesus, que demorou 18 anos para ser construído, com emendas parlamentares minha e de Jutahy Magalhães. Ele foi apenas finalizado por este governo. O de Juazeiro também. Por que não colocam na propaganda que apenas concluíram? Eles construíram o do Subúrbio e o da Criança. Falam em cinco barragens e a única cons­truída nos últimos anos foi a de Coronel João Sá, quando eu era ministro. Este governo tem um con­ten­cio­so brutal. Tem uma insatisfação cavalar do funcionalismo público e não dá para comparar com a de Paulo porque afinal a origem de Wagner é de sindicato. Ele se frustrou naquilo que ele tinha de melhor que era o diálogo com grevista”.

Joaci destaca necessidade de qualificar gestão do estado

Considerada pelo meio político, a grande surpresa do cenário pré-eleitoral ao ter sido escolhido como vice na chapa do pré-candidato ao governo, Paulo Souto (DEM), o empresário e escritor Joaci Góes (PSDB), destacou ontem que a oposição já começou a receber as contribuições para a elaboração do plano de governo. A chapa esteve reunida ontem com empresários na Associação Comercial da Bahia (ACB), Comércio, onde teria ouvido sugestões.
Joaci destacou a disposição de apresentação de um plano que priorize “a necessidade de uma gestão mais qualificada para o estado”. “Ouvimos as contribuições que as pessoas têm a dar e o propósito de viajarmos é esse de escutarmos concretamente os desejos, anseios e problemas que vão servir de orientação para uma proposta de governo que seja reflexo da comunidade”, afirmou. A prioridade serão em áreas “mais exigidas”, como saúde, educação e segurança. “São as mais críticas, além disso, precisamos melhorar a qualidade dos gastos públicos. Não dá pra entender que haja mais investimentos em segurança e os resultados sejam extremamente negativos”, citou.
O tucano destacou que está preparado para enfrentar a campanha, após alguns anos longe das disputas. “Uma campanha política não difere muito daquilo que tem sido a minha vida, com a participação em palestras, debates sobre os problemas gritantes da Bahia, apenas, claro tem o ritmo mais frenético, já que temos que nos apresentar um período mais curto”, disse.


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