CEARÁ

Padre Cícero, Luiz Gonzaga e Lampião: cearense cria NFTs de personalidades do Nordeste; entenda a tecnologia

O contraste da tecnologia moderna com a tradição dos nomes diferencia as produções feitas por Rui Patrício, designer morador de Barbalha.

 

O contraste da tecnologia moderna com a tradição dos nomes diferencia as produções feitas por Rui Patrício, designer morador de Barbalha, no Cariri cearense. Ele transformou personalidades nordestinas, como Padre Cícero, Luiz Gonzaga e Lampião, em tokens não fungíveis (do inglês non-fungible tokens) ou apenas “NFTs”, como é chamada a nova tendência do mercado digital, cada vez mais popular.

A tecnologia permite criar uma espécie de “assinatura digital” que garante vantagens como exclusividade e originalidade a diferentes itens, que vão desde obras de arte, até personalidades famosas.

 

“Baseado em outras NFTs que já existem no mercado, uma das principais características que a gente pode atrelar a isso é a questão da exclusividade, falando desses quatro elementos que já lancei. O propósito do NFT é que você tenha uma obra de arte que é única, por isso é assinada digitalmente”, explica Rui Patrício.

 

O NFT do Padre Cícero foi o primeiro realizado por ele, mas os outros foram criados logo após, no dia seguinte. “A ideia era entrar no mercado e ser o primeiro. Até pelas pesquisas que fiz, esse é o primeiro NFT [inspirado no líder religioso], e o primeiro sempre é marcante. Até porque o Padre Cícero, não só a nível de Cariri, é um dos grandes ícones do Brasil”, comenta o designer.

 

“Uma ação de uma empresa, quando você fala sobre ir para a Bolsa de Valores, comprar ações, é um ‘papelzinho’ que representa essa empresa. O token é como se fosse essa moedinha que representa alguma coisa. Você pode ter token de time de futebol, de empresa, de startup”, explica Richard Warrior, CEO da holding inglesa Genezys, que tem atuação no mercado digital.

“Se você pega um quilo de ouro e junta com dois quilos de ouro, você tem três quilos de ouro, você conseguiu fundir. Mas você não consegue pegar um carro de R$ 50 mil, um de R$ 80 mil e fazer um de R$ 130 mil. Então, os carros são não fungíveis. Assim como obras de arte”, complementa o CEO.

Oportunidades por meio da nova tecnologia

 

Com duas décadas de experiência, Rui Patrício viu em grandes nomes nordestinos a oportunidade de inovar. “Eu sou da área da tecnologia já faz mais de 20 anos, como designer. E para me atualizar, eu fico acompanhando esses processos, essas revoluções tecnológicas, que é o lance da blockchain, a rede relacionada às criptomoedas. Nesse universo, o que está em alta são os NFTs. Com esse tema quente, me veio a ideia de fazer os NFTs regionais”, complementa o desenvolvedor.

 

Para Richard Warrior, são essas oportunidades que surgem a partir dos NFTs que destacam uma das principais vantagens da nova tecnologia.

“Os NFTs têm sido rastreados em coisas, por isso que está tendo um ‘hype’, tem muita gente falando disso. De fato, ele é um tendência grande porque está fazendo designers, programadores, jogadores, pessoas comuns e artistas ganharem dinheiro de forma que não era possível antes”, explica Richard.

Ele cita que jogadores de futebol famosos também estão entrando na tendência, como Neymar, Ronaldinho Gaúcho e Luís Fabiano.

Exclusividade e originalidade

 

O CEO da Genezys explica ainda que a exclusividade e originalidade empregadas com os NFTs também exercem papel fundamental dentro dos principais diferenciais da tecnologia.

“A Mona Lisa é atualmente avaliada em US$ 2 bilhões, só que não tem como vender, é propriedade do governo da França. Só que se você colocar no Google, existem mais de 27 milhões de resultados, ou seja, você pode salvar várias e várias cópias da Mona Lisa que não valem nada”, comenta Richard.

“De forma prática, o que vale é a obra do Da Vinci ou o certificado de autenticidade dela? Então, o que o NFT faz de tão especial é registrar na Blockchain e dizer ‘esse é código da minha arte. Sou o único proprietário, o dono dessa arte’. Desta forma, a gente consegue evitar falsificações, tornar as obras mais exclusivas”, complementa o CEO.

 

*g1ce


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