RIO GRANDE DO NORTE

Pandemia recua no RN, mas ainda é preciso que a população tenha cautela, diz Governo

Com o avanço da vacinação na faixa etária abaixo dos 60 anos e medidas de proteção social, a pandemia da covid-19 dá sinais de recuo no Rio Grande do Norte. Pela segunda semana seguida, o Indicador Composto não registra nenhum município no Escore 5, o mais alto na escala de monitoramento da doença.  O boletim mais recente, de 21 de junho, mostra que apenas 14,4% dos municípios estavam na faixa de alto ou risco extremo, enquanto quase 40% se situavam nos escores 1 e 2, de risco baixo ou moderado. É o melhor resultado desde o início da segunda onda da pandemia, em março, conforme dados epidemiológicos processados pelo Comitê de Especialistas coordenado pelo professor Kenio Lima, da UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

 

“Melhoramos o quadro da pandemia no Estado porque estamos acelerando o processo de imunização. Realizamos Dias D e mutirões para as grávidas e puérperas, os agentes da segurança, e vamos avançar na imunização dos trabalhadores da Educação. A vacina é o caminho mais seguro para avançarmos no combate à pandemia”, disse a governadora Fátima Bezerra. Até essa sexta-feira (26), o Rio Grande do Norte havia recebido 2,02 milhões de doses de vacinas de quatro fabricantes: Coronavac/Butantan, Pfizer, Oxford/AstraZeneca e Janssen/ Janssen Pharmaceutica NV, e aplicado 1,48 milhão. O número de totalmente imunizados é de 404.618, o que corresponde a 37% do público-alvo e a 11,45% da população total do Estado.

 

O Indicador Composto apresenta um panorama da dimensão da epidemia provocada pela covid-19 e da capacidade de resposta do Estado ao enfrentamento da doença. O indicador leva em conta variáveis como taxa de internação de pacientes diagnosticados com covid-19, incidência da doença na população economicamente ativa potencial, casos ativos, incidência de covid em idosos e capacidade de testagem.

 

Um outro dado que indica recuo da pandemia é o número mensal de óbitos. Junho deverá ser o mês com menos mortes desde fevereiro de 2021. “Olhando os indicadores, estamos numa situação bem melhor hoje, mas é bom lembrar que algumas variantes precisam de um tempo maior para consolidar a mudança, definir tendência”, pondera o professor Kênio.

 

Isso explica porque metade dos municípios da 8ª Regional de Saúde (Vale do Açu) permanece na faixa alta de risco, apesar das medidas restritivas decretadas pelos prefeitos no final de maio e início de junho. Na região, os casos ativos da doença, as internações de pacientes em leitos críticos e a baixa testagem indicam a necessidade de ações mais efetivas de combate ao coronavírus. “Essa doença é muita dinâmica, piora muito rápido. Não podemos baixar a guarda”, reforça o professor.

 

Entre as regionais de saúde, a melhor situação é a de João Câmara (3ª Região), onde 73,1% dos municípios estão em risco baixo ou moderado. Em segundo lugar está a 1ª Região, de São José de Mipibu, com 48,1% dos municípios nas mesmas condições. A 5ª Região (Santa Cruz) vem em terceiro, com 38,1%. Na região metropolitana, que é a mais populosa, 20% estão na faixa de risco de baixo a moderado; 60% em risco médio, e 20% de alto risco. Na 8ª Região (Assu), 50% em risco médio e 50% em risco alto.

 

“A pandemia não acabou. O que visualizamos no Rio Grande do Norte é uma redução nos pedidos e, consequentemente, ocupação de leitos covid. Nesta semana, houve melhora do indicador composto em 57 municípios.  É um recuo importante, mas devemos manter e cumprir as ações que visam fortalecer as medidas restritivas de distanciamento social. Essas medidas são necessárias até que possamos atingir uma taxa de cobertura vacinal mais elevada para que tenhamos a população protegida”, defende a doutora em Ciências da Saúde, Maura Sobreira, secretária-adjunta da Secretaria Estadual de Saúde (Sesap/RN).

 

Na tarde de sexta-feira (25), o Regula RN registrava 111 leitos críticos disponíveis para internação imediata, e os leitos clínicos vagos (234) eram em maior quantidade do que os ocupados (187). A taxa geral de ocupação dos leitos de UTI era e 72,7%.

 

O prefeito de Itaú, André Régis Júnior, que é médico intensivista, atribui a melhoria dos indicadores da pandemia à vacinação e às medidas restritivas para proteger a saúde dos 5,8 mil moradores da cidade. Itaú está localizada na região do Alto Oeste, a 350 quilômetros de Natal. O prefeito seguiu as recomendações estabelecidas nos dois decretos estaduais regionalizados, editados no final de maio e início de junho, para barrar a disseminação do vírus. “Nós também fiscalizamos o cumprimento das medidas e isso foi importante para conter a pandemia”, disse o prefeito.

 

No ano passado, quando os exames laboratoriais confirmaram onze casos da doença, o então prefeito Ciro Bezerra optou pela forma mais severa de isolamento social, montando barreiras nas entradas da cidade, instituindo multa e até penalidades mais graves para quem desrespeitasse o confinamento. Em 2021, sob a gestão de Régis Jr., não foi necessário recorrer a lockdown. Na última edição do Indicador Composto, Itaú está situado no Escore 2, de risco moderado. No início de junho chegou ao extremo, Escore 5. “Hoje temos apenas três pacientes em tratamento domiciliar, mas estamos fiscalizando o cumprimento das medidas do novo decreto do Governo do Estado [número 30.676, de 22 de junto de 2021]. Não podemos regredir”, enfatizou o prefeito.


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