PARAÍBA

Paraibano vai restaurar quadros de Picasso

O conceituado restaurador de obras de arte, o paraibano Flavio Capitulino, é uma das peças centrais do processo que investiga um mistério de R$ 100 milhões envolvendo o roubo de obras do grande pintor espanhol, Pablo Picasso.

A informação repercutiu no programa Fantástico, exibido na noite de domingo (8) pela Rede Globo. De acordo com a reportagem, Capitulino foi contratado para restaurar duas valiosas obras de Picasso: ‘Mulher Arrumando o Cabelo’ e ‘Espanhola com Leque’, ambas retratando a última esposa de Picasso, Jacqueline Roque.

O que o restaurador não sabia era o destino que a obra teria. “Eu era assalariado, e quando a gente é assalariado a gente, como diz no Nordeste, amarra o burro onde o dono manda”, disse à reportagem.

Tempos depois, a filha de Jacqueline Roque, Catherine Hutin-Blay, contratou Capitulino para que ele restaurasse quadros de Picasso. “Começamos a fazer a separação das fotos do que precisava ser restaurado e o que não precisava ser restaurado e as fotos dos quadros que eu já tinha restaurado e eu falei: não, esses daqui não precisam que eu já restaurei”, declarou Capitulino.

Catherine não havia se dado conta de que os quadros em questão não estavam mais no acervo de Picasso.

Conforme a reportagem do Fantástico, a primeira suspeita foi do homem que havia contratado o serviço de Flavio Capitulino, sócio de uma empresa de transporte e armazenamento de obras de arte, Olivier Thomas, que era um velho conhecido de Catherine.

Quando contratou Capitulino, Olivier representava um sócio, Yves Bouvier, que também negociava artes e acabou virando um segundo suspeito.

Mais tarde, Dmitri Rybolovlev, colecionador russo, dono do time francês Mónaco, que tem uma coleção avaliada em R$ 6 bilhões, aparece como terceiro suspeito por ter comprado os quadros.

À época, ele se pronunciou na imprensa, dizendo que havia sido enganado e devolveu as obras.

Os quadros estão sob custódia da polícia francesa e Capitulino guarda as fotos que provam o trabalho de restauração que ele desenvolveu. Flavio já prestou cinco depoimentos e o caso está em segredo de justiça.

Há várias versões sobre esse roubo, entre elas a de que Flávio Capitulino sabe de mais informações a respeito dele do que já contou à polícia francesa. Por conta disso, o renomado restaurador já chegou a receber ameaças.

A justiça francesa ainda não tem data para anúncio do veredito sobre o caso.

‘Mãos valiosas’

Pelas mãos de Capitulino, já passaram quadros de Modigliani, Chagall, Matisse, Van Gogh e Leonardo da Vinci. Ele é natural da cidade de Sousa, no Sertão paraibano, mas reside em Paris, na França, há 30 anos, ganhando a vida restaurando obras dos maiores pintores da história.

WSCOM


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