ECONOMIA

Passos simples para organizar suas finanças pessoais

Educação Financeira é uma jornada contínua, e pequenas mudanças em seus hábitos financeiros podem ter um impacto significativo a longo prazo. A revista Nordeste entrevistou a doutora em Finanças, professora da Universidade Federal da Paraíba e Co-Editora do Canal de Finanças no Youtube Fintube, Valéria Saturnino que traz dicas essenciais para equilibrar sua vida financeira 

 

 

Por Luciana Leão

 

 

Sem dúvida, a Educação Financeira desempenha um papel fundamental na vida de cada um. Apesar de as dificuldades impostas no período pós-pandemia, como desemprego e inflação alta nos produtos direcionados à população de mais baixa renda, alcançar o equilíbrio faz parte das preocupações de grande parte dos brasileiros.

 

Olhar no retrovisor, passado e presente, não há como omitir que a inflação oficial medida pelo índice que calcula a média de preços gira em torno de 5%, sendo os alimentos responsáveis pela maior parte dos aumentos, em torno de 10% no mesmo período.

 

Para a doutora em Finanças, professora da Universidade Federal da Paraíba e Co-Editora do Canal de Finanças no Youtube Fintube, Valéria Saturnino, a citação “a inflação é o “imposto sobre o pobre, é a máxima realidade.

 

 

“Nesta retomada, temos uma população altamente endividada, com cerca de 90% com algum tipo de dívida. Acredito que os primeiros passos devem ser conseguir um emprego, se ainda não o têm, e tentar quitar as dívidas o mais rápido possível para sair do sufoco de comprometer o salário com dívidas”, pontua.

 

 

Planejamento

 

 

Fazer o orçamento e ter um diagnóstico da vida financeira da pessoa ou da família, ou seja, saber quanto se ganha, quanto se gasta, e saber tomar decisões a partir de então.

 

Além disso, segundo a especialista, é importante fechar uma conta básica: não se deve gastar mais do que o que se ganha. Se a pessoa viver gastando mais do que os ganhos, sempre estará endividada.

 

“Em resumo, para uma vida tranquila em relação às finanças, é conhecer para onde vai seu dinheiro através do orçamento, gastar menos do que se ganha e o que sobra para investir numa aposentadoria mais tranquila no futuro”.

 

Negociar dívidas

 

Atualmente o SERASA tem vários acordos para negociar dívidas, e mais recentemente surgiu o programa Desenrola Brasil, com descontos para quitação de dívidas.

 

 

Numerando os passos, a doutora em Finanças enumera três fundamentais para dar o pontapé inicial:

 

 

(1) O primeiro passo é fazer o orçamento da pessoa ou família. O ideal é que seja em planilha, para um diagnóstico mais correto. O diagnóstico completo mostra todas as receitas, despesas, patrimônio e dívidas.

 

(2) Com base no orçamento, tomar decisões que favoreçam a equação fundamental da educação financeira: não gastar mais do que se ganha. São decisões como corte de gastos, vender bens para quitar dívidas, dentre outras, desde que no fim o salário seja suficiente para pagar as contas e se possível ainda sobrar para investir.

 

(3) Após quitar as dívidas, é essencial começar a investir, principalmente para a aposentadoria, pois na boa idade a produtividade e consequentemente o salário é menor que nas fases anteriores, então devemos guardar para este período.

 

O que não fazer?

 

 

Segundo ela, o mais importante é não fazer e não adquirir novas dívidas.

 

“Além disso, é importantíssimo não utilizar instrumentos de crédito com altas taxas de juros para pagar dívidas de juros mais baixos. Se possível evitar rolar dívidas em cartão de crédito e cheque especial” , alerta a especialista.

 

 

Buscar negociar as dívidas, procurando taxas de juros e consequentemente parcelas mais baixas, programas de negociação de dívidas, seriam outros caminhos para saldar os débitos e colocar as contas em dia.

 

Ela lembra também a possibilidade de tentar a portabilidade de empréstimos de um banco para outro com vistas a reduzir as taxas de juros.

 

 

*Matéria publicada na edição 205, fevereiro,  da revista Nordeste.

 


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