NORDESTE

Paulo Câmara revela à NORDESTE que BNB aplicará R$ 23 bi a empresas de mini a médio portes; confira a entrevista exclusiva

Em uma entrevista exclusiva, o presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, revela planos ambiciosos para 2024, destinando R$ 23,53 bilhões, ou 62,2% do orçamento, para empreendimentos de pequeno e médio porte.

 

O BNB também compromete-se com a agenda verde do Governo Federal, alocando recursos significativos para projetos de infraestrutura e transição energética.

Leia aqui ou abaixo:

 

A EXPANSÃO DO CRÉDITO PARA GERAR MAIS CRESCIMENTO

 

 

A vez do BNB priorizar desenvolvimento com recursos no hidrogênio verde, Bioma da Caatinga, TI, muito além das matrizes econômicas  convencionais

 

 

Por Luciana Leão e Walter Santos

 

 

 

Em entrevista exclusiva à Revista NORDESTE, o presidente do BNB, Paulo Câmara anunciou que a instituição em 2024 vai aplicar R$ 23,53 bilhões, ou 62,2% de todo o orçamento, em empreendimentos de mini, micro, pequeno e pequeno-médio portes. Câmara ressalta também o compromisso da instituição em compor a agenda verde do Governo Federal ao prever no orçamento R$ 8 bilhões para projetos de infraestrutura, sendo boa parte para financiamento da transição energética.

 

 

 

Revista NORDESTE – O BNB traduz historicamente o braço financeiro, desde Getúlio Vargas, fomentando o desenvolvimento dos estados nordestinos. Tomando por base o saldo de 2023, qual a expectativa de incremento econômico do banco para 2024 diante do Brasil já na 9a economia no mundo?

 

PAULO CÂMARA – No ano de 2023, o Banco do Nordeste teve o melhor desempenho de sua história em termos de apoio às atividades produtivas. Injetamos, com muita responsabilidade, mais de R$ 40 bilhões em nossa área de atuação, contemplando todos os setores da economia e portes de clientes. O BNB tem colaborado consideravelmente com o momento de reconstrução pelo qual passa o país, sendo um braço importante do Governo Federal na Região. Para 2024, com novos projetos em andamento, inclusive do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), do Governo Federal, do qual fazemos parte, nossa expectativa é que essa colaboração seja ainda mais efetiva, com investimentos estratégicos em setores-chaves, promovendo inovação, infraestrutura e sustentabilidade. E, sobretudo, gerando mais empregos e renda para as pessoas, nosso maior propósito.

 

INOVAÇÃO E TECNOLOGIA

 

NORDESTE – Como o BNB vai atuar para fomentar em escala de competitividade internacional o ecossistema da área de TI, com experiências exitosas em diversos estados?

 

PAULO CÂMARA – Em relação a esse tema, o Banco do Nordeste adota uma abordagem abrangente que envolve diversos aspectos. Fomentamos a inovação por meio de linhas de financiamento específicas para o segmento. Estabelecemos também parcerias com instituições acadêmicas, centros de pesquisa e empresas do setor, além de apoiarmos projetos com recursos não reembolsáveis de nosso Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação (Fundeci). Destaco ainda nessa área a atuação do Hubine (Hub de Inovação do Nordeste), que possui unida des em Fortaleza, Recife e Salvador. Um catalisador para atrair talentos, startups e empresas de tecnologia, que cria um ambiente propício para o desenvolvimento e a implementação de soluções inovadoras, sobretudo envolvendo Tecnologia da Informação.

 

MICROCRÉDITO

 

NORDESTE– Em 2023, o BNB destinou 51,5% dos contratos firmados para o chamado público prioritário, ou seja, micro e pequenos empreendedores das áreas urbanas e rurais. Como se dará a linha de crédito destinada aos pequenos empreendedores em 2024?

 

PAULO CÂMARA – Em se tratando do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), nosso principal funding, programamos um apoio ainda maior aos pequenos. A projeção para 2024 inclui a aplicação de R$ 23,53 bilhões, ou 62,2% de todo o orçamento, em empreendimentos de mini, micro, pequeno e pequeno-médio portes. O percentual para esse público, que tem faturamento máximo anual de até R$ 16 milhões, é recorde na história da programação do FNE.

 

NORDESTE – Há previsão de menor taxa de juros?

 

PAULO CÂMARA – Sobre taxas de juros, no ano passado reduzimos em cerca de 40% as do Crediamigo, nosso programa de microcrédito urbano, o maior da América Latina. Com a projeção de redução da taxa básica de juros, prevemos que teremos mais abertura para cortes.

 

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

 

NORDESTE – A descarbonização é uma urgência para o mundo, mas para alcançar os índices regionais, empresas terão que se adequar. Como o BNB pretende ampliar a agenda verde em 2024?

 

PAULO CÂMARA- Estamos comprometidos em alavancar a descarbonização na região, estimulando práticas sustentáveis e contribuindo para metas globais de preservação. A questão da sustentabilidade é tratada com bastante responsabilidade no Banco, sendo parte decisiva da concessão de financiamentos.

 

NORDESTE– E quanto será destinado de recursos para atender a demanda de investimentos necessários à transição energética?

 

PAULO CÂMARA – Nos últimos cinco anos, o Banco do Nordeste destinou mais de R$ 30 bilhões a projetos de energia renovável, o que nos coloca como o maior banco financiador desse segmento na região. Para 2024, prevemos R$ 8 bilhões para projetos de infraestrutura, sendo boa parte para financiamento da transição energética em nossa área de atuação. Buscamos ainda novos fundings para atender à demanda crescente do setor.

 

NORDESTE – O Fundo de Investimento para a Caatinga é uma demanda em curso no Ministério do Meio Ambiente. Como será a atuação do Banco do Nordeste no sentido de fomentar recursos para o bioma exclusivamente do Nordeste e do Brasil?

 

PAULO CÂMARA – No que se refere ao Fundo de Investimento para a Caatinga, firmamos compromisso com o BNDES para abertura de um edital expressivo de R$ 10 milhões. Este edital integra o programa Floresta Viva, visando à restauração da caatinga. Essa iniciativa conjunta tem como objetivo principal a implementação de projetos de restauração ecológica, enfatizando o uso de espécies nativas e sistemas agroflorestais nos biomas brasileiros. Uma demonstração de nosso compromisso em preservar esse bioma exclusivo do Nordeste e do Brasil.

 

 

 

 

 

 


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