Investigação da Polícia Federal (PF) aponta que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, espionou ilegalmente opositores e autoridades, teve como um de seus alvos o ex-governador do Ceará, Camilo Santana, atual ministro da Educação.
De acordo com reportagem do Metrópoles, houve o emprego de drones pela Abin para monitorar ilegalmente a residência do atual ministro da Educação, Camilo Santana (PT).
Segundo a PF, Paulo Magno, supostamente responsável pela gestão do software espião First Mile, foi flagrado pilotando um drone nas proximidades da residência do ex-governador, o que evidencia a ilicitude das práticas.
Os investigadores destacam que o monitoramento da casa do ministro da Educação, à época, não se tratava de uma operação de inteligência legítima da Abin, mas sim de uma “simples ação de inteligência de acompanhamento“, caracterizada pela ausência dos procedimentos necessários.
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação, afirmou em sua decisão que a Abin, durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, teria instrumentalizado a agência de inteligência para fins ilícitos de monitoramento de alvos de interesse político e autoridades públicas, sem a devida autorização judicial. Moraes também autorizou a quebra do sigilo de dados sobre a operação.
A PF revelou ainda outra prática ilegal da Abin, relacionada a uma ação de contrainteligência para interferir em investigações da própria PF.
Entre os casos citados, destaca-se a tentativa de influenciar investigações sobre Renan Bolsonaro, filho do então presidente, que era alvo da Superintendência da PF no Distrito Federal, por tráfico de influência.
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