POLÍTICA

PF apura se fazenda usada pelo coronel Lima pertence a Temer

A Polícia Federal investiga se a Fazenda Esmeralda, no interior de São Paulo, usada pela Argeplan, empresa de João Baptista Lima Filho – amigo do presidente Michel Temer e coronel aposentado da Polícia Militar – pertence ao presidente.

Conforme relatório das buscas e apreensões feitas no dia 29 de março, na Operação Skala, a PF apreendeu em endereços de coronel Lima diversos documentos sobre a fazenda.

A operação foi deflagrada com o objetivo de coletar provas para o inquérito que investiga se o presidente Michel Temer editou um decreto a fim de favorecer empresas portuárias em troca de propina.

Ao concordar com as buscas, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, disse que “apesar dos vultuosos contratos firmados, a Argeplan teria 20 empregados registrados, 3 veículos e uma filial que funcionaria na fazenda Esmeralda”.

Dodge disse, ainda, que a PF “menciona que a fazenda, em São Paulo, seria de propriedade do presidente Michel Temer e foi invadida pelo MST em 2016 e 2017”. O local foi ocupado diversas vezes desde 2016.

Em um apartamento na Vila Andrade, em São Paulo, em meio a documentos da Argeplan, a PF recolheu “email relativo a pagamentos RPA-Fazenda Esmeralda entre a arquiteta Rita e Argeplan”. A arquiteta Rita é Maria Rita Fratezi, mulher do coronel.

Na sede da Argeplan, também na capital paulista, celulares da arquiteta foram recolhidos, além de um caderno da empresa onde consta documentos de origem da Fazenda Esmeralda. Além disso, também localizaram “pasta plástica transparente contendo documento referentes a Maria Rita Fratezi e Fazenda Esmeralda”.

Na sala de contabilidade, foi localizada ainda “pasta suspensa contendo documentos da Fazenda Esmeralda, indicando como foi firmada e qual participação de cada pessoa e localização”.

No mesmo local, foi encontrada na sala de arquitetura uma relação de projetos executados e na linha 285 o termo “residência Dr Michel Temer”. Na sala do Coronel, os agentes recolheram uma agenda telefônica de 2005 com o título “escritório político deputado Michel Temer”.

No documento no qual concorda com a Operação Skala, Dodge menciona também que, em depoimentos no inquérito que apura se Temer recebeu propina em troca de editar decreto para favorecer empresas da área portuária, os empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, da J&F, citaram que a fazenda poderia ser de Michel Temer.

Em 15 de fevereiro, Joesley disse que “se recorda que Paulinho da Força comentou com ele, o depoente, que existe uma fazenda no estado de São Paulo, em nome do coronel Lima ou de sua empresa Argeplan, mas que na verdade seria de Michel Temer; que inclusive Paulinho sempre expressava para o depoente, quando estava irritado com Michel Temer: ‘uma hora nós vamos invadir aquela fazenda dele'”.

G1


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