O Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023 apresentou uma mudança surpreendente no cenário da violência policial no Brasil. Pela primeira vez, a polícia da Bahia foi apontada como a mais letal do país, deixando para trás o tradicional líder nesse ranking, o Rio de Janeiro. As estatísticas consideram as intervenções policiais e revelam números alarmantes.

Em 2022, as forças policiais da Bahia foram responsáveis por 1.464 mortes decorrentes de intervenções oficiais, representando impressionantes 22,7% do total de 6.430 óbitos ocasionados pelas polícias no país ao longo do mesmo ano. Esses números são significativamente maiores se comparados a 2015, quando as mortes por intervenções policiais no estado baiano eram de 354, representando um aumento de 313% em apenas sete anos.

Por outro lado, o Rio de Janeiro registrou 1.330 mortes por intervenções policiais em 2022, mostrando que, apesar de ainda estar entre os estados mais letais, perdeu o primeiro lugar para a Bahia. É importante ressaltar que o estado baiano não fornece informações sobre o número de policiais mortos em confrontos, o que torna o cenário ainda mais complexo.

Uma particularidade que chama atenção é a falta de distinção entre as mortes resultantes de intervenções da Polícia Civil e da Polícia Militar na Bahia, ao contrário de outros estados. As mortes decorrentes de ações dessas duas forças policiais representam 22% de todas as 6.659 mortes violentas registradas no estado em 2022. É um dado preocupante que demanda maior transparência e análise para compreender as circunstâncias desses óbitos.

Enquanto o número de mortes por intervenções policiais aumentou em 9,7% na Bahia em comparação a 2021, é importante destacar que, no geral, houve uma redução de 5,9% no número de mortes violentas no estado, mostrando que o problema vai além da atuação policial.

Confira a lista completa de mortes pela polícia em 2022 nos principais estados:

• Bahia: 1.464
• Rio de Janeiro: 1.330
• Pará: 621
• Goiás: 538
• Paraná: 479
• São Paulo: 419
• Sergipe: 175
• Ceará: 150
• Minas Gerais: 148
• Amapá: 122