NORDESTE

Presidente da FUNDAJ lembra Platão para programa educativo envolvendo jovens quadrinistas em novo evento dia 8

 

O presidente da Fundação Joaquim Nabuco, Escritor Antônio Campos, traz em novo texto com reflexão sobre a influência de Platão Antes de Cristo dando à educação papel determinante por isso destaca a atividade da FUNDAJ dia 8 envolvendo quadrimestral com várias oficinas.

– Para o próximo dia 8 preparamos uma programação educativa, onde as histórias em quadrinhos serão trabalhadas como instrumento pedagógico, disse ele completando:

” De forma lúdica, crianças e adolescentes poderão interagir no canal da Fundação no Youtube, participando de oficinas realizadas pelo Educativo do Museu do Homem do Nordeste e conhecendo histórias desenhadas por quadrinistas que trazem a educação no bojo de seus trabalhos”.

Eis o texto na integra:

A eficácia da educação

O filósofo grego Platão (c. 427-c.347 a.C. foi o fundador da primeira instituição acadêmica de relevo no mundo ocidental. Sua Academia é a predecessora das universidades. Ele afirmou que “a orientação inicial que alguém recebe da educação também marca a sua conduta ulterior”, e defendeu que a educação seria, juntamente com a política e a ética, a base para uma formação integral.
O seu pensamento, passados tantos séculos, continua atual e relevante; por isto vale a pena trazê-lo à tona para uma reflexão, quando estamos prestes a celebrar o Dia Internacional da Alfabetização, em 8 de setembro.

Instituída em 1967 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a data ressalta a importância da alfabetização para o desenvolvimento social e econômico no mundo. Foi criada a partir da preocupação da ONU com os baixos níveis no Índice de Desenvolvimento Humano e as altas taxas de analfabetismo e pobreza.

A organização enfatiza a importância do saber ler, escrever e interpretar o que está sendo lido para a formação do cidadão. A leitura e a escrita são habilidades sociocognitivas imprescindíveis para o desenvolvimento intelectual. Como engrandecimento deste propósito, celebrar a data, entre outras coisas, serve para estimular os países a erradicar o analfabetismo.

Sabe-se que é por meio da educação que se universaliza o acesso às oportunidades de melhor emprego e, consequentemente, renda. Os países que investem em programas voltados para a alfabetização têm os melhores IDH. Esse índice é uma referência numérica que varia entre 0 e 1. Quanto mais próximo de zero, menor é o indicador para saúde, educação e renda. Os países com o IDH mais elevados são a Noruega (0,954), a Suíça (0,946), a Irlanda (0,942) e a Alemanha e Hong Kong (0,939).

Segundo o relatório de Aspectos Fiscais da Educação no Brasil, divulgado em 2019 pela Secretaria do Tesouro Nacional, ligada ao Ministério da Fazenda, o Brasil está entre os países que mais investem em educação. Cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) são investidos em educação pública. Percentual que supera a média de 5,5% aplicada por outros países que também integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Entretanto, o Mundo ainda está aquém quando se trata da educação.

Dados da Unesco, divulgados em 2018, justamente no Dia Internacional da Alfabetização, apontam que cerca de 617 milhões de crianças e adolescentes em todo o planeta, embora na escola, não estão sendo alfabetizados adequadamente. Por consequência, não terão habilidades de leitura e escrita. O mundo tem, ainda, 750 milhões de jovens e adultos que não sabem ler nem escrever. Esse contingente representa mais que o dobro de toda a população dos Estados Unidos.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2018, havia o Brasil,11,3 milhões de pessoas analfabetas, com 15 anos ou mais de idade. O País tem sido desafiado a reverter esses índices. A Fundação Joaquim Nabuco, instituição sob a guarda do Ministério da Educação que tem como tripé a educação, a cultura e a pesquisa, tem responsabilidade nesse projeto de melhoria do aprendizado.

Ações de inclusão têm sido realizadas. Como os projetos de acessibilidade Alumiar e Índigo, do Cinema da Fundação, a ações do Educativo do Museu do Homem do Nordeste, que lançará ainda este ano o projeto O Museu vai à Escola, o aplicativo Pesquisa Escola, lançado recentemente, além das pesquisas que contribuem para análise dos índices e norteamento de políticas públicas e de eventos educacionais, como as exposições e as oficinas para crianças e adolescentes.

Para o próximo dia 8 preparamos uma programação educativa, onde as histórias em quadrinhos serão trabalhadas como instrumento pedagógico. De forma lúdica, crianças e adolescentes poderão interagir no canal da Fundação no Youtube, participando de oficinas realizadas pelo Educativo do Museu do Homem do Nordeste e conhecendo histórias desenhadas por quadrinistas que trazem a educação no bojo de seus trabalhos.

Sobre essas atividades lúdicas, Platão, a quem citei no início deste artigo, afirmou que essas eram eficazes para a formação do caráter e da personalidade das crianças. Na obra República, em seu diálogo com Glauco, Platão aconselhou a não educar as crianças no estudo pela violência, mas pelo brincar, a fim de levá-la a se animar com o aprender. Que o aprendizado possa ser fonte de felicidade, como defendia o filósofo, para que não sejamos mais um mundo com milhares de analfabetos.

Antônio Campos, presidente da Fundação Joaquim Nabuco


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